Berlim espionou celular de Hillary Clinton, diz jornal
Segundo 'Süddeutsche Zeitung', telefonema da ex-secretária de Estado foi interceptado. Relação entre países foi abalada por revelação de grampos no telefone de Merkel
O Serviço Federal de Inteligência da Alemanha (BND) espionou o celular de Hillary Clinton quando ela ocupava o cargo de secretária de Estado no primeiro mandato do presidente Barack Obama, de acordo com reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung. Ao menos um telefonema da ex-secretária, realizado de dentro do avião oficial, foi interceptado quando ela sobrevoava uma zona de risco monitorada pela agência alemã.
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A informação pode ter consequências parea a relação entre Washington e Berlim, abalada desde que documentos vazados pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden apontaram que a espionagem americana havia grampeado o celular da chanceler alemã Angela Merkel. A reportagem do Süddeutsche Zeitung afirma ainda que o governo ALEMÃO ordenou ao serviço de inteligência que espionassem um aliado da Otan, que não era os Estados Unidos – o nome do país não foi revelado.
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A transcrição da conversa de Hillary chegou a várias autoridades alemãs e também à CIA, por meio de um agente duplo alemão que trabalhava para o governo e roubou documentos secretos para vendê-los aos Estados Unidos. O espião foi capturado no início de julho. Autoridades alemãs descreveram a espionagem contra Clinton como um fato acidental e negaram a ocorrência de uma espionagem sistemática contra os Estados Unidos. O fato de a transcrição não ter sido destruída imediatamente foi descrito por um membro do governo em Berlim como uma “idiotice”, informou o jornal. No entanto, aparentemente a interceptação não foi uma exceção, uma vez que o BND tinha como missão espionar as conversas de políticos americanos. Essa prática foi encerrada no ano passado, depois de uma ordem de Merkel para que todas as transcrições fossem destruídas.