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Ataque aéreo a padaria deixa dezenas de mortos na Síria

Enviado da ONU se reúne com Assad nesta segunda. Ministro da Informação rejeita declarações de vice-presidente e diz que Exército sírio segue 'forte'

Por Da Redação
23 dez 2012, 14h46

Um ataque aéreo a uma padaria na província de Hama, no centro da Síria, deixou dezenas de mortos e feridos neste domingo, segundo informações de grupos opositores. Há relatos de até 200 mortes na cidade de Halfaya, o que tornaria o ataque um dos mais devastadores da guerra civil que atinge o país.

Halfaya foi capturada por rebeldes na semana passada como parte de um movimento de expansão para novos territórios. Segundo os ativistas, mais de mil pessoas formavam fila diante da padaria, em busca de pão, alimento que se tornou escasso ao longo dos 21 meses de revolta contra o governo de Bashar Assad. Com falta de combustível e farinha, as pessoas normalmente esperam horas para comprar o produto.

Entenda o caso

  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
  2. • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
  3. • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.

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“Não há como saber quantas pessoas foram mortas. Quando eu cheguei lá, só conseguia ver pilhas de corpos espalhados pelo chão. Havia mulheres e crianças”, disse o ativista Samer al-Hamawi, da cidade de Halfaya. “Também há dezenas de pessoas feridas”.

“Não recebíamos farinha há cerca de três dias, então todos estavam indo à padaria hoje, e muitos eram mulheres e crianças”, disse Hamawi. “Eu ainda não sei se meus parentes estão entre os mortos”.

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A organização não governamental Observatório dos Direitos Humanos já havia condenado anteriormente ataques militares aéreos a locais como padarias. A instituição, que é baseada no Reino Unido e consegue suas informações com fontes médicas e do movimento rebelde, argumentou que faltava precisão para atingir bases rebeldes.

O OSDH informou sobre outros bombardeios neste domingo, incluindo um que atingiu a cidade de Safira, ao norte da província de Alepo, deixando 13 mortos. A cidade de Saqba, no norte da capital Damasco, também teria sido atingida por ataques aéreos.

O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Lakhdar Brahimi, deverá se reunir nesta segunda-feira com Bashar Assad em Damasco para tentar negociar uma saída para a crise. Esta é a terceira viagem do argelino a Damasco desde que assumiu a função, em agosto. No entanto, ele não conseguiu avançar no processo de paz e não se sabe exatamente que proposta ele poderá apresentar desta vez. Ele precisou chegar por terra à Síria, a partir de Beirute, no Líbano, por causa dos confrontos perto do aeroporto da capital síria.

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Exercito “forte” – O ministro da Informação da Síria, Umran Ahid Za’bi, rejeitou neste domingo as declarações do vice-presidente e disse que as forças do governo ainda estão fortes. Nesta semana, o vice-presidente Faruk Shareh afirmou que nem os rebeldes nem as forças de Bashar Assad tinham condições de vencer a guerra civil. E defendeu a formação de um governo de unidade nacional. “Há 23 milhões de pessoas na Síria com suas opiniões pessoais. Esta foi uma dessas 23 milhões de opiniões”, disse o ministro em uma entrevista coletiva.

Sharaa, membro sunita de um governo comandado pela minoria alauíta, não faz parte do círculo mais próximo de Assad e apareceu poucas vezes desde o início da revolta.

Za’bi disse aos jornalistas que o Exército sírio permanece forte, apesar do avanço rebelde – que, segundo ele, muitas vezes não passam de “fantasia”.

O ministro afirmou ainda que o governo sírio nunca usaria armas químicas, mesmo que as tivesse disponíveis. Os Estados Unidos e outros países ocidentais demonstraram preocupação no início deste mês com a possibilidade do uso de armas químicas na guerra civil.

Mais recentemente, Washington e a Otan passaram a divulgar informações sobre o uso de mísseis Scud contra os rebeldes. Za’bi não negou diretamente o uso deste tipo de armamento, mas considerou as informações sobre scuds e armas químicas como propaganda contra o governo.

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