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Ataque a hospital dos Médicos Sem Fronteiras mata 19. ONU fala em crime

Ainda não está claro se bombardeio partiu dos EUA, que realizavam operação na região no momento do ataque. Governo do país apura o caso. Três mortos eram crianças

Por Da Redação
3 out 2015, 13h02

Subiu para dezesseis o número de mortos no bombardeio a um hospital da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras neste sábado em Kunduz, no Afeganistão. Ao todo, doze funcionários da organização e sete pacientes morreram – três deles, crianças. Outras trinta pessoas estão desaparecidas. A autoria do bombardeio ainda é investigada, mas os Estados Unidos efetuavam ao mesmo tempo um ataque aéreo na cidade. O Exército americano investiga o caso, segundo coronel Brian Tibus afirmou à rede CNN. A ONU afirmou que os ataques contra Kunduz são indesculpáveis e podem ser considerados criminosos. O secretário de Direitos Humanos das Nações Unidas, Zeid Ra’ad Al Hussein, afirmou que, se comprovado que o ataque foi premeditado, o bombardeio pode ser considerado crime de guerra.

O Departamento de Defesa dos EUA afirma que tenta esclarecer o que causou a destruição do hospital. “Ainda estamos tentanto determinar exatamento o que aconteceu. Enquanto isso, quero estendr meus pensamentos e orações a todos os afetados. Uma investigação completa deste trágico incidente está em curso, em parceria com o governo do Afeganistão”, afirmou o secretário de Defesa, Ash Carter. “Aquela região tem sido palco de intensas lutas nos últimos dias. Forças americanas, em apoio às Forças de Segurança afegãs, estavam operando nas proximidades, onde há rebeldes talibãs”, prosseguiu. A MSF soltou comunicado informando que não havia no hospital ninguém que não fosse paciente ou membro da equipe da organização.

“Esse evento profundamente trágico deve ser pronta e profundamente investigado, de forma independente, e os resultados devem ser tornados públicos”, disse Hussein. “A seriedade do incidente é reforçada pelo fato de que o ataque a um hospital pode ser considerado crime de guerra”. A ONG Humans Right Watch divulgou nota em que critica duramente o ataque, e também se refere a crime de guerra. “A falha dos EUA em parar um ataque a um hospital sugere fortemente que isso possa ter sido uma violação dos leis de guerra, que prevêem a identidicação dos riscos a alvos civis”.

Vítimas – As vítimas em estado mais grave foram transferidas para um hospital regional em Puli Khumri, a cerca de duas horas de distância do local dos ataques. A MSF classificou o bombardeio como “horrível” e condenou “nos termos mais enérgicos” o ataque ao hospital, que ficou parcialmente destruído. A organização esclareceu que tinha dado as coordenadas específicas do centro para todas as partes do conflito, incluídos os talibãs e as tropas afegãs e americanas. “O bombardeio continuou durante mais de 30 minutos depois de as autoridades militares americanas e afegãs fossem informadas em Cabul e Washington”, afirma a organização humanitária.

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A MSF exigiu que se esclareçam rapidamente as circunstâncias do ataque. No momento do bombardeio, 105 pacientes e pessoal sanitário e mais de 80 funcionários internacionais e locais se encontravam no hospital. A organização informou na véspera que 59 crianças estavam sendo atendido no centro. Segundo a Otan, um ataque aéreo americano “pode ter” atingido o hospital da MSF.

Dano colateral’ – O porta-voz das tropas americanas no Afeganistão, o coronel Brian Tribos, reconheceu que um bombardeio dos EUA em Kunduz pode “ter produzido dano colateral a uma instalação médica próxima”, mas não entrou em detalhes e só acrescentou que o “incidente” está “sob investigação”. Pouco depois, o governo afegão afirmou que o ataque partiu dos EUA.

Na segunda-feira, os talibãs tomaram Kunduz em um ataque que tirou as autoridades da cidade, estratégica para as comunicações do norte do país, na vitória mais importante dos insurgentes desde que foram tirados do poder em 2001. As tropas afegãs declararam ter retomado a cidade na quinta-feira com um contra-ataque que contou com apoio aéreo dos Estados Unidos, mas desde então a batalha continua na cidade.

(Da redação)

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