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Assad diz que cumprirá resolução sobre armas químicas

Em entrevista a canal italiano, ditador sírio fala em eleições, mas ressalta que "não abandonará o barco" durante a crise

Por Da Redação
29 set 2013, 15h51

Em entrevista a um canal de TV da Itália, o ditador sírio Bashar Assad, afirmou que vai respeitar a resolução da ONU que exige a destruição do arsenal químico da Síria. Acrescentou, porém, que “problemas técnicos” podem atrapalhar o processo de eliminação das armas, uma referência à presença de terroristas – como o regime sírio se refere a todos os rebeldes que lutam contra Assad. “Temos de respeitar todos os tratados que assinamos”, afirmou ao canal RAI News 24.

Assad disse até estar disposto a realizar eleições livres no país – dominado pela família Assad há mais de quatro décadas. Mas ressaltou que é necessário, antes disso, “caçar os terroristas e interromper o envio de armas e apoio logístico vindos de fora”. “Depois que isso for solucionado, o único caminho é o da eleição. Eu vou obedecer. Não há alternativa”, afirmou, segundo o jornal italiano Corriere della Sera.

Para quem poderia ver nas declarações um sinal de mudança na Síria, Assad salientou que “não abandonará o barco”. “Se abandonar o posto melhorasse a situação, eu o faria, mas devo permanecer. Quando há uma tempestade, não se abandona o barco”. Tirar Assad do poder pode parecer uma solução fácil, mas a complexidade do conflito na Síria indica que uma manobra nesse sentido traria riscos, principalmente porque as forças anti-Assad estão infiltradas por radicais islâmicos, inclusive por membros da Al Qaeda. Um ataque externo, por exemplo, que precipitasse a queda do regime, pode vir seguido de uma guerra civil entre as facções rebeldes.

O governo americano defendeu uma ofensiva contra a Síria em resposta ao ataque no subúrbio de Damasco, do dia 21 de agosto, que fez mais de 1 400 mortos, segundo a Casa Branca. Os Estados Unidos responsabilizaram o regime Assad pelo ataque, mas falaram em um ataque limitado ao país. O problema é que Barack Obama não tinha o apoio de alguns de seus maiores aliados, como a Grã-Bretanha, tampouco da população americana para a intervenção. Nesse contexto, a Rússia, aliada da Síria, apresentou a proposta de o regime entregar as armas químicas à comunidade internacional. A proposta fez o presidente americano retroceder, mesmo sem nenhuma garantia concreta de que o plano será levado a cabo.

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A resolução aprovada na última sexta exige a erradicação de todas as armas químicas do país, mas não prevê um mecanismo de punição automática contra a Síria em caso de não cumprimento. “A parte central disso [da resolução] tem como base o que nós mesmos queremos. Então, não se trata da resolução, na realidade. É nossa própria intenção”, acrescentou.

“Nós aderimos ao pacto internacional contra a aquisição e uso de armas químicas antes mesmo de a resolução ser aprovada”, disse Assad. A Síria entregou à ONU no dia 12 deste mês os documentos de adesão à Convenção de Armas Químicas de 1993. A entrega da documentação ocorreu dias depois de a Rússia apresentar uma proposta de acordo para entrega das armas químicas da Síria à comunidade internacional.

Ataque – Enquanto a comunidade internacional tenta resolver o problema das armas químicas na Síria, a população continua sendo alvo de ataques. Neste domingo, um bombardeio contra uma escola técnica na cidade de Raqa, no norte do país, deixou 16 mortos, em sua maioria estudantes e professores, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, ONG com sede na Grã-Bretanha que baseia suas informações em uma rede de fontes na área médica e entre os rebeldes.

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(Com Estadão Conteúdo e agências EFE e Reuters)

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