Primeiro lote de agentes químicos é retirado da Síria
Após atraso no cronograma oficial, primeira parte do arsenal foi levada para navio dinamarquês e deverá ser escoltada até um porto na Itália
Por Da Redação
7 jan 2014, 17h19
O primeiro carregamento de agentes químicos começou a ser retirado da Síria, como parte do acordo negociado entre Estados Unidos e Rússia e aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU em setembro do ano passado. O material mantido em estoque pelo regime de Bashar Assad chegou nesta terça-feira ao porto sírio de Latakia e foi transportado para um navio dinamarquês. A ONU informou que a embarcação aguardará a chegada do restante do material em águas internacionais.
A segurança do navio é garantida por embarcações de China, Dinamarca, Noruega e Rússia. Escoltado, o navio seguirá para um porto italiano após a conclusão da operação. No país europeu, os agentes tóxicos serão transferidos para o navio americano Cape Ray, que será encarregado de neutralizá-los e destruí-los em alto mar, informou a rede britânica BBC. Acredita-se que a Síria possua 1.300 toneladas de agentes químicos, incluindo gás sarin.
O acordo prevê a destruição completa do arsenal químico sírio entre junho e julho deste ano. As autoridades responsáveis apontam como ponto “mais crítico” o deslocamento de aproximadamente vinte toneladas de gás mostarda até o porto de Latakia. O Cape Ray, que conta com dois reatores de hidrólise e tanques para abrigar os gases neutralizados, deverá receber ajuda de uma embarcação da Grã-Bretanha para neutralizar as 150 primeiras toneladas do arsenal.
A retirada dos agentes químicos mais perigosos deveria ter sido concluída em 31 de dezembro, mas a data expirou sem que uma nova tenha sido fixada. A operação de destruição teve início com oito dias de atraso em relação ao cronograma oficial. Uma primeira tentativa de mover as armas químicas para o porto de Latakia foi abortada após as autoridades sírias não cumprirem com as exigências estipuladas inicialmente pela Organização para Proibição das Armas Químicas (Opaq), que supervisiona a operação. Na ocasião, os encarregados alegaram que a guerra civil no país e as condições climáticas adversas, além de atrasos na apresentação de garantias de segurança a estrangeiros e entraves burocráticos forçaram uma mudança nos planos.
Uma porta-voz da ONU afirmou que o carregamento das armas químicas levou “apenas algumas horas”, mas ressaltou que a operação enfrenta uma fase delicada, que precisou ser “planejada durante meses”. Os agentes tóxicos estavam estocados em bases dispostas ao redor do território sírio – a ONU não informou a localização exata por questões de segurança. Ao longo do comunicado, a organização reconheceu que a presença de rebeldes contrários ao governo de Bashar Assad na estrada que liga a capital Damasco à cidade costeira de Latakia também contribuiu para o atraso.
(Com agências France-Presse e Reuters)
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