Alemanha não encontrou ligação do copiloto com terrorismo
Ministro do Interior alemão afirmou que a inteligência e a polícia do país investigaram o passado de todas as 150 pessoas que estavam a bordo do avião logo após a queda
O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, afirmou nesta quinta-feira que, segundo as informações de inteligência e as forças de segurança nacionais, não “há indícios de comportamento terrorista” em relação ao copiloto do avião da Germanwings que caiu nos Alpes franceses. Em um pronunciamento de urgência, o ministro explicou que após a queda do Airbus 320 os serviços de inteligência alemães investigaram o passado das 150 pessoas a bordo e não acharam nada suspeito sobre o passado de Andreas Lubitz, o copiloto que derrubou deliberadamente, segundo a Promotoria francesa, o Airbus A320 da Germanwings.
A investigação, realizada pelo serviço de inteligência e a polícia federal alemã, não revelou nenhum dado que pudesse despertar um sinal de alerta. Além disso, um relatório da Lufthansa, empresa que controla a companhia aérea Germanwings, também não forneceu nenhuma pista em relação a um possível ato terrorista, segundo o ministro. “Tudo vai ser investigado”, afirmou De Maizière. O ministro disse que as dúvidas “se concentram no passado da pessoa que assumiu o posto de copiloto” no voo 4U-9525, que fazia a rota entre Barcelona e Dusseldorf.
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Carsten Spohr, o presidente Lufthansa disse nesta quinta que a companhia aérea desconhece os motivos que levaram o copiloto do voo a provocar voluntariamente a queda do avião. Além disso, Spohr afirmou que o copiloto tinha recentemente passado por treinamentos de rotina e estava “totalmente apto” para exercer sua função. A companhia examinou cuidadosamente sua equipe e não só testou suas habilidades técnicas, mas também fez testes psicológicos, disse o presidente da empresa. Spohr afirmou ainda que o copiloto havia tirado uma pausa de 11 meses, no qual trabalhou como comissário de bordo, mas passou em todos os testes relevantes antes de voltar. O diretor disse que a pausa não foi fora do comum e se negou a dar detalhes sobre as razões por trás da pausa no treinamento.
“Não importa suas medidas de segurança, não importa o quão alto você coloque o nível, e nós temos padrões extremamente altos, não existe maneira de excluir tal evento”, disse Spohr. “Este é um horrível acontecimento único”, Apesar da confiança nos pilotos e nos treinamentos, o diretor disse que a empresa iria revisar os procedimentos de admissão e treinamento por conta do acidente. Quando perguntado se a Lufthansa e a Germanwings iriam descrever o acidente como suicídio, Spohr respondeu : “Não sou advogado, mas se uma pessoa leva mais 149 pessoas a morrer, então precisamos de outra palavra que não seja suicídio”.
O ministro do Interior acrescentou que as forças de segurança alemãs desde o princípio “trabalharam sobre a hipótese de uma possível motivação terrorista”. A investigação sobre a tragédia sofreu hoje uma reviravolta, após a promotoria francesa anunciar que o copiloto do avião negou-se a abrir a porta da cabine para o comandante após ele ter saído do compartimento. Além disso, o copiloto acionou o controle de descida “com vontade de destruir o avião” por razões ainda desconhecidas. Lubitz tinha 28 anos e estava na Germanwings desde 2013, contabilizando mais de 600 horas de voo em Airbus.
(Da redação)