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Estudante de 14 anos é morto durante protesto na Venezuela

Kluivert Roa foi atingido por um tiro na cabeça em San Cristóbal, cidade que foi o epicentro das manifestações contra o governo de Nicolás Maduro no ano passado

Por Da Redação
24 fev 2015, 19h45

(Atualizado às 23h10)

Um adolescente de 14 anos de idade foi morto nesta terça-feira durante um protesto em San Cristóbal, no Estado de Táchira, oeste da Venezuela. Kluivert Ferney Roa Núñez foi atingido por um tiro na cabeça perto da sede da antiga Universidade Católica de Táchira. Ele morreu a caminho do hospital.

O Ministério Público informou que vai denunciar Javier Mora Ortiz, de 23 anos, membro da Polícia Nacional Bolivariana, por envolvimento na morte do jovem. No mês passado, o governo aprovou uma diretriz permitindo o uso de arma de fogo para controlar protestos, medida que foi muito criticada por grupos de defesa dos direitos humanos.

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“Chega de matar os jovens da nossa pátria!”, revoltou-se o opositor Henrique Capriles, em uma mensagem no Twitter. A também opositora María Corina Machado escreveu: “Não há palavras para transmitir minha dor e indignação. Assassinaram uma criança de 14 anos. Um rapaz que protestava com seus companheiros”.

Há informações de que a vítima seria filho de um membro do tradicional Copei, partido social cristão que teve uma de suas sedes invadidas na segunda-feira. Dirigentes do partido denunciaram que um grupo de cerca de trinta pessoas tomou o edifício com a ajuda da polícia.

O coordenador do Foro Penal Venezolano, ONG que representa as vítimas de violência política, afirmou que pelo menos dezessete pessoas foram presas durante a manifestação em San Cristóbal, epicentro da onda de manifestações contra o governo de Nicolás Maduro no ano passado, que resultou em mais de quarenta mortes.

Os protestos recomeçaram nas últimas semanas na cidade perto da fronteira com a Colômbia, uma das que mais sofre com a escassez de produtos básicos, de papel higiênico a medicamentos.

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Não bastasse a grave crise econômica, política e social, as tensões no país também estão elevadas devido ao cerco cada vez maior do governo contra opositores. Na semana passada, o prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, foi preso de forma arbitrária por dezenas de agentes da polícia política chavista que invadiram seu escritório. Os policiais não apresentaram ordem judicial. Maduro afirmou que o opositor vai responder por “delitos contra a paz”.

Brasil – O Itamaraty divulgou uma nota nesta terça afirmando que o governo brasileiro “continua a acompanhar com grande preocupação os acontecimentos na Venezuela”. No entanto, ao mencionar ‘medidas que afetam partidos políticos’, o texto também embarca no discurso do oficialismo sobre tentativas de golpe contra Maduro – acusações sempre feitas pelo presidente venezuelano sem apresentar provas. “São motivos de crescente atenção medidas tomadas nos últimos dias, que afetam diretamente partidos políticos e representantes democraticamente eleitos, assim como iniciativas tendentes a abreviar o mandato presidencial”, diz a nota.

O texto defende o diálogo, que já foi tentado no ano passado, sem sucesso, uma vez que a oposição exigiu a libertação dos presos políticos e o fim da repressão – situação que se mantém até hoje. “O governo brasileiro insta os atores políticos venezuelanos, assim como as forças sociais que os apoiam, a absterem-se de quaisquer atos que possam criar dificuldades a esse almejado diálogo. A finalidade última é ajudar a Venezuela, no marco da sua Constituição, a desenvolver as condições para que o país possa retomar o seu desenvolvimento econômico e social em um clima de paz e concórdia”, conclui a nota.

Na última sexta-feira, a presidente Dilma aceitou as credenciais da nova embaixadora venezuelana no Brasil e repetiu o discurso da não interferência. “Não posso receber um embaixador baseado nas questões internas do país. Eu recebo os embaixadores baseado nas relações que estabelecem com o Brasil”, disse.

(Com agências EFE, Reuters e France-Presse)

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