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Acusado de matar opositor russo diz que confessou sob tortura

Membro do Conselho de Direitos Humanos da Rússia constatou sinais de agressão no corpo do principal suspeito do assassinato de Boris Nemtsov, que voltou atrás em confissão

Por Da Redação
11 mar 2015, 06h59

O checheno Zaur Dadaev, principal suspeito do assassinato do opositor russo Boris Nemtsov, voltou atrás em sua confissão. Dadaev disse que só admitiu o crime depois de ter sido submetido a surras e ameaças e diante da promessa de que um de seus amigos seria libertado. As alegações do checheno foram tornadas públicas nesta quarta-feira por Andrei Babushkin, responsável pelo Conselho de Direitos Humanos (CDH) da Rússia, um órgão ligado à presidência. Babushkin visitou o acusado na cadeia.

Detido na sexta-feira, Dadaev afirmou que ficou dois dias algemado pelas mãos e pelos pés e com um saco na cabeça. O checheno também relatou a pressão psicológica exercida pelos agentes de segurança. “Gritavam todo o tempo: ‘Você matou Nemtsov?’ Eu respondia que não”, garantiu ele. Dadaev disse ainda que planejava contar a verdade no tribunal, mas que não teve chance. “A juíza nem sequer me deixou falar.”

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Em sua confissão, o ex-agente das forças especiais chechenas teria dito que matou Nemtsov por causa das críticas do político ao islamismo e por seu apoio às caricaturas do semanário francês Charlie Hebdo sobre o profeta Maomé. Detido ao lado de outros quatro suspeitos, Dadayev foi indiciado no domingo por um tribunal de Moscou, que anunciou que o envolvimento do checheno foi “confirmado pela confissão”.

Tortura – As alegações de Dadaev sobre seu tratamento na prisão foram corroboradas Babushkin, que constatou sinais de tortura nos corpos dos chechenos detidos pelo suposto envolvimento no crime. “Há indícios para acreditar que Dadaev confessou sob tortura”, disse Babushkin após a visita de uma delegação à prisão. Outro dos acusados, Anzor Gubáshev, também alega inocência, e diz que foi espancado nos interrogatórios.

Nemtsov, um notório político anti-Putin, foi assassinado em 27 de fevereiro no centro de Moscou. Ele foi atingido pelas costas por uma pessoa que estava em um carro que fugiu do local. O atirador disparou quatro vezes contra a vítima, que caminhava perto do Kremlin, acompanhado pela modelo ucraniana Anna Duritskaya. Recentemente, Nemtsov havia revelado preocupação de que o presidente ordenasse sua morte devido às críticas ao envolvimento no conflito na Ucrânia.

(Da redação)

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