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A procuradora dos EUA que não sabe o que é impedimento, mas goleou a Fifa

Em menos de dois meses como procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch ganhou projeção global ao aplicar multa bilionária a grandes bancos e dar um olé na corrupção da Fifa

Por Da Redação
23 jun 2015, 11h58

A primeira negra nomeada procuradora-geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch, ganhou respeito mundial em menos de dois meses no cargo ao aplicar à Fifa a maior goleada de sua história mesmo sem saber o que é um impedimento dentro das quatro linhas. Descrita por Barack Obama como “dura, mas justa”, “firme, mas bondosa”, Lynch se fez notar dentro e fora do país por “seu implacável enfoque” da Justiça, segundo destacou o próprio presidente americano na semana passada.

Loretta Lynch chegou ao poder com o clima pesado pelo drama racial de Baltimore, deu seu primeiro soco na mesa com uma multa bilionária a cinco dos maiores bancos do mundo e ganhou fama em maio, quando anunciou uma grande investigação por corrupção contra a – até então intocável – Fifa. Como procuradora federal do Distrito Leste de Nova York, entre 2010 e 2015, Lynch se encarregou de analisar as provas obtidas pelo FBI (a polícia federal americana), assim como de assinar e redigir muitos dos documentos de acusação que descrevem os crimes dos até agora catorze dirigentes futebolísticos acusados, entre eles o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin.

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Com seu discurso em maio no Brooklyn para denunciar o esquema de fraude, corrupção e subornos, Lynch, de 56 anos, aumentou vertiginosamente sua popularidade e despertou atenção midiática, principalmente dos amantes do futebol. As buscas no Google para descobrir quem é Lynch alcançaram seu auge no momento de sua nomeação em abril e atingiram seu segundo pico mais alto em maio, quando, sem levantar a voz, denunciou a trama de compra e venda de influência e fez tremer a maior organização internacional de futebol.

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A mão de Lynch chegou também à Copa América, realizada no Chile e marcada pela ausência dos principais dirigentes das federações sul-americanas de futebol, alguns detidos na operação de Zurique e outros tentando se poupar do escárnio público e da ira dos patrocinadores. Em linha com o silêncio institucional da Copa América, o presidente interino da Fifa, o suíço Joseph Blatter, decidiu cancelar sua visita na semana passada à Nova Zelândia para presenciar a final do Mundial Sub-20.

Investigação global – “Este é só o começo de nosso esforço para erradicar a corrupção no futebol internacional”, avisou Lynch, cujo passo seguinte foi investigar a concessão das sedes da Copa do Mundo para a Rússia em 2018 e para o Catar em 2022, o que irritou o presidente russo, Vladimir Putin e fez com que a investigação ganhasse contornos geopolíticos. Para justificar os pedidos de extradição dos dirigentes da Fifa, Washington argumentou que as negociações para trocar influências e dinheiro ilícito aconteceram em território americano e que, além disso, depois foram utilizados os bancos de Wall Street para lavar os subornos e movimentar parte do dinheiro recebido ilicitamente.

No entanto, o terremoto não se limita aos EUA ou à Suíça e as palavras contra a corrupção da Fifa são entoadas por diferentes líderes sul-americanos, europeus e até o parlamento europeu, que pediu a Blatter que cedesse seu posto a um dirigente provisório “imediatamente” após a explosão do escândalo. Em meio à batalha que apenas se iniciou, resta ver qual será o plano “pós-guerra” de Lynch para conseguir que os acusados confessem e deem pistas sobre as “raízes profundas” de uma trama que transformou um esporte apaixonante em uma máquina de lavagem de dinheiro.

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(Da redação)

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