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Xi Jinping não revelou muito em sua viagem ao exterior

Por Por Claire COZENS
23 fev 2012, 14h15

Xi Jinping retornou a Pequim nesta quinta-feira, após uma visita diplomática que gerou grande expectativa, pois, segundo os analistas, mostrou o futuro líder da China sob um ângulo mais humano, sem deixar, no entanto, transparecer a maneira como ele irá presidir o destino do país na próxima década.

Durante sua passagem por Estados Unidos, Irlanda e Turquia, Xi, o provável próximo presidente da China, assistiu a um jogo de basquete, fez algumas piadas e mostrou suas habilidades no futebol gaélico.

A viagem durou 10 dias e incluiu uma passagem pela Casa Branca, considerada pelo vice-presidente chinês uma visita indispensável antes de subir o último degrau do poder supremo na China.

Os primeiros relatos da visita são bastante positivos, tanto na China quanto no exterior. Geralmente pouco carismático, Xi Jinping marcou pontos mostrando um lado mais acessível.

Em sites de microblogs chineses é possível notá-lo muito menos rígido e distante, como é o caso do atual chefe de Estado Hu Jintao.

“Ele não é ótimo?”, julgou um internauta chamado Linyunkezhan. “Os líderes são seres humanos, não devem se considerar deuses ou se comportar como tais em público”.

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Outro blogueiro, que se apresenta como Yiqishuoshuohua, descreveu Xi como “descontraído e próximo das pessoas”.

Outros, ao contrário, demonstraram certo ceticismo sobre a viagem, de certa forma muito orquestrada, questionando se os caminhos de Xi, aparentemente mais simples e diretos, não se encaixam em sua estratégia para ganhar mais poder durante a transição prevista para começar no outono.

“No plano pessoal, a viagem foi um sucesso. Ele apareceu muito espontâneo, falou sobre sua vida privada e o seu amor pelo cinema”, observou Zheng Yongnian, professor de ciência política da Universidade Nacional de Cingapura.

“Ele é popular com as pessoas – a sociedade chinesa está mais aberta agora, as pessoas não querem ver constantemente os seus líderes com uma cara séria”, acrescentou.

“Mas quando (o presidente) Hu e (o primeiro-ministro) Wen chegaram ao poder, também eram populares. Popularidade não é algo fixo”, considerou.

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Xi Jinping faz parte dos “príncipes vermelhos”, descendentes dos primeiros revolucionários que participaram das guerrilhas comunistas com Mao. De acordo com Zheng Yongnian, isso aumenta a confiança em Xi.

“Ele conseguiu manter um equilíbrio justo (nos EUA). Ele defendeu a posição da China, mas também foi honesto, por exemplo, sobre direitos Humanos, assumindo que a China pode fazer melhor”, acredita Zheng.

Zhu Feng, professor de relações internacionais na Universidade de Pequim, também acredita que a viagem ao estrangeiro de Xi Jinping foi um sucesso.

“Ele é agora conhecido pela mídia americana, eles sabem que tipo de pessoa ele é, e que esteve relativamente relaxado diante da imprensa”, ressaltou Zhu. “Ele conseguiu chegar à consciência pública americana”.

A visita de Xi, sem surpresa, recebeu grande cobertura da mídia estatal chinesa.

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Mas o analista político Russell Leigh Moses acredita que essa cobertura seguiu a hierarquia rígida da política chinesa, e que Xi continua a desempenhar um papel secundário em comparação com a atual liderança do país.

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