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Unida, oposição da Venezuela elege adversário de Chávez

Coligação realiza primárias neste domingo para definir candidato à Presidência

Por Gabriela Loureiro e Vitor Pamplona
12 fev 2012, 12h44

“Por mais que seja comum criticar Chávez, ele é muito astuto e sempre dá um verniz de democracia no que faz.”

Leonardo Paz Neves, cientista político

Mais unida e consolidada do que nunca, a oposição da Venezuela começa a definir neste domingo o adversário do ditador Hugo Chávez nas eleições presidenciais de 7 de outubro. Pela primeira vez foi organizada uma coligação, a Mesa da Unidade Democrática (MUD), para definir em eleições primárias um único candidato para enfrentar o caudilho nas urnas. Os 3.700 centros de votação das prévias foram abertos às 8 horas da manhã no horário venezuelano (10h30 em Brasília) e o encerramento do pleito está previsto para as 16 horas (18h30 em Brasília). Todos os eleitores registrados no país podem votar.

Apesar do otimismo e esforço dos opositores – que pagam até pelo apoio logístico do Conselho Nacional Eleitoral, garantido pela Constituição -, o comparecimento às urnas deve ser baixo: são esperados apenas 10% dos 18 milhões de votantes do país. “Como todas as primárias, não esperamos que todos votem. Nas primárias de 2010, votaram menos de 1 milhão de pessoas. Mas creio que passaremos do 1,5 milhão ou 2 milhões de pessoas”, disse ao site de VEJA o coordenador da comissão eleitoral da MUD, Félix Arroyo.

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Entre os cinco candidatos que restaram na disputa – eram seis, mas Leopoldo López, ex-prefeito de Caracas, foi proibido de concorrer depois que o governo chavista o acusou de corrupção – o favorito é o governador do estado de Miranda, Herique Capriles, de 39 anos, que concentra o maior número de apoiadores principalmente depois que recebeu o apoio de López. O advogado promete acabar com a reeleição indefinida e melhorar as políticas sociais do país. “Chávez abriu o caminho do socialismo. Um estado que quer ser dono de tudo. Eu quero o caminho do progresso”, disse, em um de seus últimos discursos, garantindo também que será um presidente “que fala muito menos”.

Os outros candidatos são o governador do estado de Zulia, Pablo Pérez, a deputada María Corina Machado, o ex-embaixador Diego Arria e o sindicalista Pablo Medina.Confira, na lista abaixo, o perfil de Capriles e dos outros quatro concorrentes:

Governo – Mas toda essa mobilização da oposição já alertou o partido de Chávez (PSUV), que não realiza primárias para presidente porque o tirano é, obviamente, candidato à (mais uma) reeleição. Para o mesmo dia do evento da oposição, portanto, estão programadas comemorações pelo Dia da Juventude e pela Batalha da Vitória (que marca a independência da Venezuela). “Há muita gente que não quer ver uma grande participação. Eles têm medo de um grande comparecimento”, afirma Arroyo. Os adversários se recusam a cair em “provocações” por parte do governo – que classificou essa como a “data da minoria venezuelana” -, mas o acusam de tentar aumentar o índice de abstenções na votação deste domingo. “Por mais que seja comum criticar Chávez, ele é muito astuto e sempre dá um verniz de democracia no que faz”, analisa Leonardo Paz Neves, cientista político e professor do Ibmec-RJ.

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Leia também: Quem pode ser o sucessor de Chávez? Há dez candidatos

Sigilo – Apesar das ameaças veladas do governo, a oposição convidou todos a participarem do que chamam de “rebelião cívica contra o medo”, garantindo que o processo será seguro e secreto. Para impedir a interferência do governo e primar pela liberdade dos eleitores, 48 horas após o fim da votação serão destruídos todos os cadernos eleitorais com a identificação de quem votou. Além disso, a impressão digital, antes exigida para evitar que as pessoas votassem duas vezes, não será obrigatória este ano. O objetivo principal é atrair, por exemplo, funcionários públicos que deixam de participar por medo de represálias caso sejam descobertos. Ainda não é possível prever o sucesso (ou fracasso) dessas primárias, mas o que já se sabe é que ela servirá de termômetro para as eleições presidenciais de outubro: uma participação surpreendente do eleitorado pode indicar um duro golpe nos planos de Hugo Chávez de se perpetuar no poder.

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