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UE reage a discurso de Assad: ‘Única solução é a renúncia’

Chefe de política externa do bloco afirma que europeus mantêm posição sobre o ditador. Para ministro britânico, promessas de Assad não enganam ninguém

Por Da Redação
6 jan 2013, 11h02

O discurso do ditador sírio Bashar Assad neste domingo foi mal recebido tanto pelos grupos rebeldes que lutam contra seu regime quanto na Europa. A chefe da política externa da União Europeia afirmou nesta tarde que a única solução para o conflito sírio é a saída do ditador. “Nós vamos analisar com cuidado se há algo de novo no discurso, mas mantemos nossa posição de que Assad tem que se afastar e permitir uma transição política”, disse Catherine Ashton.

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Já o ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, disse por meio de sua conta no Twitter que “as promessas vazias de reforma feitas por Assad não enganam a ninguém”. Ainda segundo ele, o sofrimento e repressão que tomam conta da Síria – lamentados por Assad em seu discurso – são provocados justamente pelo regime do ditador.

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Assad descreveu suas propostas como um plano de paz e chamou para uma conferência de reconciliação “aqueles que não traíram a Síria”. O diálogo seria seguido pela formação de um novo governo e uma anistia. “O primeiro estágio de uma solução política exigiria que as potências regionais parem de financiar e armar a oposição, o fim das operações terroristas e o controle das fronteiras”, afirmou. Os grupos de oposição na Síria atacaram as afirmações do ditador. Segundo os rebeldes, o discurso de Assad tem como objetivo destruir os esforços para uma saída diplomática.

O discurso – Neste domingo, Assad falou à população pela primeira vez desde junho do ano passado. Na Casa de Ópera de Damasco, a capital do país, o ditador esteve diante de uma plateia de apoiadores que frequentemente interrompiam seu discurso com gritos de “Com sangue e suor nos sacrificaremos por você, oh Bashar”.

Ele lamentou o sofrimento dos sírios em meio a guerra civil que assola a região – a ONU estima que 60.000 pessoas tenham morrido durante o conflito – e pediu que cada cidadão defenda a Síria dos grupos rebeldes que tentam tirá-lo do poder. Assad classificou os rebeldes como um bando de criminosos que são “inimigos da população e inimigos de Deus”. O ditador ainda afirmou que a oposição contra seu governo não é uma revolução. “Para tanto, seria preciso haver pessoas pensando e uma ideia na qual se baseassem”, afirmou. “É preciso um líder para uma revolução. Quem é o líder dessa revolução?”.

Ao convocar os sírios para ajudá-lo no combate aos rebeldes, Assad afirmou que a população não deve esperar por ajuda estrangeira. Segundo ele, uma intervenção internacional na Síria levaria o país ao desastre. O ditador disse ainda que os rebeldes são apenas marionetes do Ocidente – e que não negocia com os serviçais, mas com os chefes. Nesse contexto, agradeceu o apoio da China, Rússia e Irã, que teriam se colocado contra a intervenção das nações ocidentais no país. O ditador acusou a rede terrorista internacional Al Qaeda de estar por trás das forças rebeldes e afirmou que seu governo não negociará com pessoas que possuem ideias terroristas.

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O conflito – Contaminados pela energia da revolta que ficou conhecida como Primavera Árabe e já havia derrubado os ditadores da Tunísia e do Egito, os sírios saíram às ruas pela primeira vez em 15 de março de 2011 para protestar contra a tortura de estudantes acusados de criticar Bashar Assad, no poder há 12 anos. O Exército reprimiu o movimento, motivando novas manifestações. Mas à medida que os rebeldes ganham força, o regime aumenta sua violência contra eles.

Após mais de cinco meses de levantamentos, pesquisadores das Nações Unidas cruzaram várias fontes de informação e chegaram a uma lista de 59.648 pessoas mortas entre 15 de março de 2011 e 30 de novembro de 2012.

(Com agência Reuters)

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