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Tunísia: premiê renuncia após falhar em tentativa de formar novo governo

Hamadi Jebali propôs governo tecnocrata em resposta a crise desencadeada por morte de opositor, mas não conseguiu apoio no próprio partido, o Ennahda

Por Da Redação
19 fev 2013, 16h07

O primeiro-ministro da Tunísia, Hamadi Jebali, renunciou nesta terça-feira depois de falhar na tentativa de chegar a um acordo para formação de um novo governo tecnocrata. Jebali tenta formar uma nova coalizão há duas semanas, em resposta à crise política que atingiu o país depois do assassinato do líder da oposição, Chokri Belaid, secularista e forte crítico do governo islamita do país. “Eu prometi que se minha iniciativa não fosse bem-sucedida, eu renunciaria – e eu fiz isso”, disse Jebali a jornalistas, depois de reunir-se com o presidente Moncef Marzouki.

Ele descreveu sua decisão como “uma grande frustração”, mas acrescentou que renuncia para “cumprir uma promessa feita ao povo”, segundo informou a rede BBC. “Nosso povo está desiludido pela classe política. Devemos restaurar a confiança”, ressaltou.

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“A falha de minha iniciativa não significa a falha da Tunísia ou da revolução”, acrescentou, em uma referência aos protestos de dois anos atrás, que resultaram na queda da ditadura de Zine El Abidine Ben Ali.

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Jebali acrescentou que poderia considerar uma nova designação para ocupar o cargo transitoriamente. Mas só aceitaria o posto, ressaltou, se fossem fixadas datas para as eleições e para a conclusão da Constituição do país.

A morte de Belaid provocou uma série de protestos de opositores, que acusaram o partido islamita Ennahda, que governa o país, de estar por trás do crime – o partido nega qualquer ligação com a morte. Islamitas também foram às ruas demonstrar apoio ao governo.

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Também houve baixas no governo. O partido secular de Marzouki, Congresso para a República, retirou seus três ministros da liderança islâmica governista, alegando que suas demandas não foram atendidas. Marzouki, presidente do governo de transição, foi eleito em dezembro de 2011 pela Assembleia Constituinte do país, como parte da coalizão entre o Ennahda e dois partidos seculares.

Pouco depois do assassinato, Jebali anunciou a formação de um governo de unidade nacional, mas não conseguiu o apoio do próprio partido, o Ennahda. Nesta segunda, representantes das principais legendas do país haviam se reunido, sem chegar a um acordo sobre uma nova composição no governo. Depois do encontro, o premiê admitiu o fracasso de sua proposta, mas disse que continuaria “o trabalho com todos os partidos para formar um governo que tenha o apoio da maioria das legendas políticas”.

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