Tribunal anuncia sentença de ativistas que protestaram contra Putin
Durante a leitura da sentença, mais de 200 pessoas foram detidas nos arredores do tribunal por protestarem contra a decisão, incluindo membros da Pussy Riot
Um tribunal de Moscou sentenciou nesta segunda-feira sete ativistas que participaram de uma manifestação contra o presidente Vladimir Putin, em maio de 2012. As penas vão de dois anos e seis meses a quatro anos de prisão. Os ativistas já tinham sido condenados na sexta-feira, mas o juiz deixou para anunciar as sentenças nesta segunda, o que foi visto como uma forma de evitar publicidade negativa antes da cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Inverno em Sochi.
Para a ONG de direitos humanos Anistia Internacional, a condenação é uma “terrível injustiça” decretada ao final de um julgamento “que foi claramente uma farsa”.
Enquanto o juiz lia a sentença, mais de 200 pessoas acabaram sendo detidas nos arredores do tribunal durante um protesto contra a decisão. Segundo a polícia, elas foram acusadas de “tentativa de perturbar a ordem pública”. Entre os presos estão as integrantes da banda Pussy Riot Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alyokhina, duas notórias manifestantes anti-Putin.
A promotoria havia solicitado entre e cinco e seis anos de prisão para os réus Artiom Saviolov, Stepan Zimin, Denis Lutskevich, Aleksey Polikhovich, Sergey Krivov, Yaroslav Belousov, Andrey Barabanov e Alexandra Dukhanina, a única mulher julgada, que foi condenada a três anos e três meses de prisão, mas com suspensão condicional da pena.
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Um dos advogados de defesa, Dmitri Agranovski, considerou as sentenças “severas e inapropriadas”. “Estão baseadas na situação política e não na natureza das acusações”, ressaltou.
Os ativistas foram acusados de atos violentos durante uma manifestação na véspera da posse de Putin. As acusações incluíam ainda participação em “distúrbios em massa” e “violência contra as forças de segurança”. À época do protesto, mais de 600 pessoas foram detidas. Processos foram abertos contra 28 pessoas, das quais duas declararam-se culpadas em 2012 e 2013, recebendo penas de dois anos e meio e quatro anos e meio de prisão.
(Com agência France-Presse)