Um tribunal da China autorizou nesta quarta-feira que o ex-dirigente comunista Bo Xilai recorra das condenações por corrupção e abuso de autoridade, que lhe valeram uma sentença de prisão perpétua.
Em nota divulgada no site oficial, a alta corte da província de Shandong, no leste do país, onde Bo foi julgado no final de agosto, confirma a decisão mas não menciona quando será o próximo julgamento. Pela lei chinesa, o recurso precisa tramitar em dois meses.
Analistas afirmam que dificilmente o veredicto e a pena de Bo serão alterados, já que os tribunais chineses são controlados pelo Partido Comunista e o primeiro julgamento do dirigente já havia sido caracterizado como um “teatro político“. Bo entrou com o pedido de recurso no final de setembro.
Político popular até a eclosão de um dos maiores escândalo da história recente da China, Bo, que foi secretário-geral em Chongqing, era apontado como uma das figuras que poderia chegar aos mais altos cargos do Partido Comunista.
Ele viu seu destino começar a mudar em fevereiro de 2012, quando Wang Lijun, vice-prefeito e ex-chefe de polícia de Chongqing, refugiou-se em um consulado dos Estados Unidos e revelou crimes cometidos na cidade. Wang era o braço direito de Bo na sua campanha para coagir empresários e adversários políticos.
Entre os crimes estava o assassinato em 2011 do empresário britânico Neil Heywood, um parceiro de negócios e amigo da família de Bo Xilai. A mulher do dirigente, Gu Kailai, acabou sendo condenada pelo crime, e Bo foi acusado de tentar acobertar o caso.
Durante o julgamento realizado entre os dias 22 e 26 de agosto, Bo Xilai negou as acusações e criticou a maneira como o caso foi tratado pelo tribunal.
(Com agência Reuters)