Televisão iraniana desmente libertação de Sakineh
Emissora "PressTv" informou que a saída da cadeia foi apenas para gravar uma reconstituição sobre a morte de seu marido
Notícia sobre libertação de Sakineh se espalhou rapidamente, mas canal estatal esclareceu tratar-se apenas de uma saída temporária, acordada com a Justiça e exclusiva para a gravação de especial para a TV
A gravação de um programa para a televisão causou um mal-entendido global. A retirada da prisão de Sakineh Ashtiani, a iraniana acusada de adultério e cumplicidade no assassinato do seu marido, se deu apenas por algumas horas e exclusivamente para a participação dela na reconstituição da morte de seu marido, informou nesta madrugada a emissora estatal “PressTv”.
O Comitê Internacional contra o Apedrejamento e ONGs que acompanham o caso divulgaram no final da tarde de quinta-feira (horário de Brasília) que Sakineh havia sido libertada. A notícia rapidamente se espalhou pela sites noticiosos de todo o mundo. “Ao contrário do publicado amplamente pela imprensa internacional sobre a libertação de Sakineh, o certo é que uma equipe de produção em colaboração com a ‘PressTv’ chegou a um acordo com a Justiça para recriar com ela a cena do crime”, esclareceu mais tarde a emissora iraniana. “A mulher acusada de assassinato e adultério acompanhou uma equipe da emissora à sua casa para relatar os detalhes do assassinato do seu marido no cenário do crime.”
Drama – Sakineh foi condenada à morte por dois tribunais diferentes em 2006 pelo envolvimento no assassinato do marido. Em 2007, sua pena por homicídio foi reduzida, em apelação, a 10 anos de prisão, mas sua sentença a morrer apedrejada por adultério foi confirmada no mesmo ano por outra corte de apelação.
A revelação do caso, em julho passado, por associações de direitos humanos, causou uma forte mobilização no Ocidente – muitos países e personalidades pediram que a sentença não fosse aplicada.