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Telefonema revela que capitão abandonou navio naufragado

Francesco Schettino chegou a receber ordem para voltar, mas ignorou e fugiu

Por Da Redação
17 jan 2012, 06h38

Um telefonema entre o capitão do cruzeiro Costa Concordia, que naufragou na sexta-feira em águas na Itália, e a Capitania dos Portos publicado nesta terça-feira na imprensa italiana confirma que ele deixou o navio antes da retirada de todos os passageiros. Depois de fugir, Francesco Schettino, de 52 anos, recebeu ordem para retornar e coordenar a retirada dos passageiros e tripulantes, o que ele ignorou.

Entenda o caso

  1. • O navio Costa Concordia viajava com 4.234 pessoas quando bateu em uma rocha junto à ilha italiana de Giglio, por volta das 21h30 do dia 13 de janeiro (hora local).
  2. • A colisão abriu um grande buraco no casco do navio, que começou a encher de água. O comandante teria tentado se aproxima da ilha, mas a embarcação encalhou em um banco de areia e virou.
  3. • Seis mortos foram confirmados até o momento; ainda há 29 desaparecidos.
  4. • Os trabalhos de buscas são coordenados com a tarefa de retirar as 2.400 toneladas de combustível do navio, sob o risco de contamição da área do naufrágio.

A imprensa italiana publicou nesta terça trechos da conversa entre o capitão e a Capitania dos Portos revelando que ele ocultou o motivo do naufrágio. Às 21h54 (18h54 de Brasília), com o navio já encalhado em frente à ilha de Giglio, no centro da Itália, Schettino garantiu que tudo estava bem e enfrentava apenas um problema técnico.

Segundo o jornal italiano Corriere della Sera, a Capitania perguntou a Schettino às 0h32 (21h32 de Brasília) quantas pessoas ainda restavam a bordo. Embora a embarcação estivesse cheia, o comandante respondeu que havia apenas entre 200 e 300.

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Ordem – A resposta levantou suspeitas à Capitania, que perguntou se ele ainda estava a bordo e Schettino confessou que o navio estava inclinando e ele o havia deixado. “Mas como que abandonou a nave?”, perguntaram a partir da Capitania. O capitão tentou se retratar dizendo que não havia abandonado o cruzeiro, mas ninguém conseguiu encontrá-lo. “Volte imediatamente a bordo, suba pela escada de segurança e coordene a evacuação. Deve nos dizer quantas pessoas há lá dentro: crianças, mulheres, passageiros, o número exato de cada categoria”, acrescentaram.

“Comandante, é uma ordem, agora comando eu. Anteriormente o senhor declarou que havia abandonado o navio, volte à proa e coordene o resgate porque há mortos”, exigiu a Capitania. Segundo os investigadores, Schettino estava em terra firme, não retornou ao transatlântico e ainda perguntou quantos corpos havia.

Ouça, abaixo, o diálogo que comprova a fuga do comandante do Concordia:

Fuga – “É o senhor quem tem de me dizer quantos. O que quer fazer? Ir para sua casa? Volte imediatamente e nos diga o que é preciso fazer, quantas pessoas restam e o que necessitam”, ordenou-se a partir da Capitania. O comandante garantiu que voltaria, mas testemunhas e investigadores responsáveis pelo caso afirmam que ele não voltou e o viram pegar um táxi em direção a um hotel.

Schettino foi detido pela polícia italiana no sábado para ser interrogado e pode ser indiciado por homicídio e por abandonar o navio. O seu advogado afirmou na segunda-feira que o capitão está “despedaçado, desanimado, entristecido pela perda de vidas e fortemente perturbado”, porém estaria confortado por “salvar a vida de milhares de passageiros e membros da tripulação”.

A empresa dona do transatlântico, a Costa Cruzeiros disse que o naufrágio foi causado por um erro humano do capitão, que aproximou a embarcação até 150 metros do litoral dessa pequena ilha do mar Tirreno. A manobra acabou levando o barco para as rochas. Até o momento seis corpos foram resgatados, e as equipes ainda procuram 29 desaparecidos.

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(Com agência EFE)

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