Tailândia dissolve Parlamento e convoca novas eleições

Primeira-ministra anuncia medida para tentar amenizar a crise política que assola o país. Novos protestos antigoverno devem acontecer nesta segunda

Por Da Redação
9 dez 2013, 00h59

Manifestante antigoverno segura bandeira da Tailândia durante protesto, em Bangkok (Pornchai Kittiwongsakul/AFP/VEJA)

A primeira-ministra tailandesa Yingluck Shinawatra anunciou nesta segunda-feira que vai dissolver o Parlamento do país e convocar novas eleições gerais dentro do prazo de sessenta dias. A medida visa amenizar a crise política que tomou conta do país na última semana e acontece no mesmo dia em que manifestantes planejam marchar contra a sede do governo em um enorme protesto marcado para esta segunda.

“Neste momento, quando há tantas pessoas de tantos grupos que se opõe ao governo, a melhor solução é devolver o poder ao povo tailandês e convocar novas eleições”, anunciou Yingluck em pronunciamento na televisão.

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A dissolução do Parlamento acontece um dia após a oposição tailandesa ter renunciado em grupo às suas cadeiras na Casa como forma de aumentar a pressão pela renúncia da primeira-ministra. “Não podemos ficar, já que não podemos trabalhar com um governo ilegítimo”, declarou o político democrata Nipit Intarasombat, um dos opositores.

**1/24** Manifestante segura bandeira da Tailândia em Bangcoc *(Barbara Walton/EFE/VEJA)*

Três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas durante confrontos entre a polícia e manifestantes que exigem a renúncia da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, acusada nesta terça-feira (18) de negligência pela comissão anticorrupção da Tailândia<br> — **2/24** Três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas durante confrontos entre a polícia e manifestantes que exigem a renúncia da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, acusada nesta terça-feira (18) de negligência pela comissão anticorrupção da Tailândia
*(Athit Perawongmetha/Reuters/VEJA)*

**4/24** Manifestante participa de protesto contra a gestão da primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, pelas ruas de Bangcoc, nesta terça-feira (18) *(Damir Sagolj/Reuters/VEJA)*

**7/24** Tropa de choque se prepara para marchar contra manifestantes que exigem a renúncia da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, acusada nesta terça-feira (18) de negligência pela comissão anticorrupção da Tailândia *(Manjunath Kiran/AFP/VEJA)*

**8/24** Policiais tailandeses socorrem colega durante confronto com manifestantes em Bangcoc, nesta terça-feira (18) *(Athit Perawongmetha/Reuters/VEJA)*

**10/24** Confronto nas ruas de Bangcoc: mortes e acumulam em meio à crise política tailandesa *(Pornchai Kittiwongsakul/AFP/VEJA)*

**11/24** Oposicionistas protestam contra o governo em Bangcoc, capital tailandesa, nesta segunda-feira (23) *(Pornchai Kittiwongsakul/AFP/VEJA)*

**13/24** Tailandeses protestam contra o governo da primeira-ministra e pedem sua renuncia, em Bangcoc *(Kerek Wongsa/Reuters/VEJA)*

**14/24** Manifestantes se cumprimentam durante um protesto em frente à sede da polícia central de Bangcoc, na Tailândia *(Ed Wray/Getty Images/VEJA)*

**15/24** Manifestante contrário ao governo segura bandeira da Tailândia durante protesto em Bangcoc *(Pornchai Kittiwongsakul/AFP/VEJA)*

**16/24** Manifestantes contrários ao governo invadem a sede da Polícia Metropolitana e do governo, em Bangcoc, na Tailândia. Os militantes exigem a saída da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra *(Nicolas Asfouri/AFP/VEJA)*

**17/24** Manifestantes entram em confronto com a polícia tailandesa durante protesto contra o governo *(AFP/VEJA)*

**18/24** Manifestantes atacaram ônibus que transportava apoiadores do governo para um estádio de Bangcoc, na Tailândia, onde seria realizado um comício político *(Christophe Archambault/AFP/VEJA)*

**19/24** Grupo de apoiadores do governo durante comício em um estádio de Bangcoc, na Tailândia *(Christophe Archambault/AFP/VEJA)*

**20/24** Manifestante protesta contra o governo do lado de fora da sede do partido da primeira-ministra da Tailândia, em Bangcoc *(Sakchai Lalit/AP/VEJA)*

**21/24** Manifestante durante protesto contra o governo da primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, acusada de corrupção e de ser um fantoche político de seu irmão, Thaksin Shinawatra, deposto do cargo de premiê no golpe militar de 2006 *(Reuters/VEJA)*

**22/24** Em Bangcoc, monge usa máscara de gás durante protesto contra o governo da primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra *(Reuters/VEJA)*

**23/24** Manifestantes com bandeiras da Tailândia protestam em cima de um caminhão, no Monumento à Democracia, em Bangcoc *(Kerek Wongsa/Reuters/VEJA)*

**24/24** Manifestação contra um projeto de lei de anistia política em Bangcoc, na Tailândia, que permitiria o retorno ao país do ex-premiê Thaksin Shinawatra, exilado desde 2006 por envolvimento em corrupção *(Damir Sagoji/Reuters/VEJA)*

Os manifestantes acusam o governo eleito de corrupção e de ser comandado pelo primeiro-ministro deposto e irmão mais velho da atual primeira-ministra, Thaksin Shinawatra, e pedem mudanças no sistema político do país. Durante os protestos nos últimos dias, opositores ocuparam diversos prédios do governo tailandês. Novas manifestações devem ocorrer nesta segunda-feira, em um dia que os opositores batizaram como a “batalha final contra a corrupção”.

Histórico – A Tailândia vive uma crise política desde o golpe militar que derrubou ao governo de Thaksin em 2006. Thaksin e sua irmã contam com grande apoio entre as classes baixas e nas áreas rurais do nordeste, enquanto grande parte de seus opositores procedem das classes médias e altas urbanas e de setores próximos do Exército e da monarquia.

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Os protestos contra Yingluck estouraram no país há cerca de dez dias. Os manifestantes são contra um projeto de lei apoiado pelo governo que pretende conceder uma anistia ao irmão da premiê. Com isso, ele não precisaria cumprir os dois anos de prisão por corrupção. Thaksin foi condenado em 2008, dois anos depois de ser derrubado em um golpe militar. Com exceção de um breve retorno à Tailândia em 2008, ele viveu no exílio desde então. Os tribunais também congelaram milhões de dólares seus em bancos tailandeses, mas a Justiça tailandesa acredita que Thaksin ainda tenha uma grande quantidade de dinheiro no exterior.

Desde o estabelecimento da monarquia constitucional na Tailândia, em 1932, o país já vivenciou dezoito golpes de Estado ou tentativas de derrubar o governo.

(Com agência EFE)