O presidente egípcio, Hosni Mubarak, fragilizado pelas manifestações, criou neste sábado o cargo de vice-presidente. Ele foi entregue a Omar Suleiman, chefe dos serviços de inteligência que teve sob sua responsabilidade diversos expedientes diplomáticos, como as relações com Israel.
Suleiman, 77 anos, sai assim de seu tradicional papel nos bastidores, que lhe permitiu mediar com os líderes israelenses e do movimento palestino Hamas para a acabar com a guerra desencadeada em Gaza no fim de 2008. Graças a suas mediações, obteve um recorde de tréguas entre israelenses e palestinos, muitas delas efêmeras, desde o início da segunda Intifada palestina no ano 2000.
Omar Suleiman já fazia parte do “primeiro círculo” de colaboradores de Mubarak. Em 1991, foi nomeado chefe do Mujbarat, a temível agência de informações internas. O presidente seguiu seu conselho de levar, em junho de 1994, um carro blindado a Addis Abeba, para participar de uma cúpula da União Africana, graças ao qual ambos ficaram vivos quando um comando islâmico os atacou a balas. O motorista, no entanto, morreu no atentado.
O influente dirigente nasceu em 1934 em uma família rica de Qena, no Alto Egito. O homem, de altura mediana, com bigodes e uma calvice pronunciada, orientou-se inicialmente para a carreira militar, mas logo trocou o uniforme pelo terno e gravata. E se tornou a insustentável figura das “missões especiais”, com mais atribuições sobre os temas estratégicos – como Israel e Palestina – do que o próprio chanceler, Ahmed Abul Gheit.
(Com agência France-Presse)