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Sudanesa condenada por ter se casado com cristão volta a ser presa

Meriam Ibrahim foi detida junto com a família no aeroporto da capital

Por Da Redação
24 jun 2014, 12h47

A sudanesa condenada à morte por ter se casado com um cristão voltou a ser presa nesta terça-feira, um dia depois de ter sido libertada nesta segunda-feira. Meriam Ibrahim Ishag, de 27 anos, foi detida junto com o marido, Daniel Wani, e os dois filhos do casal, no aeroporto de Khartoum. Eles foram levados para o escritório de segurança nacional. Detalhes sobre o motivo da detenção não foram divulgados. Wani já havia dito que pretendia deixar o país com a família o mais rápido possível.

Meriam foi condenada à morte por enforcamento por apostasia (abandono de fé) e a 100 chibatadas por adultério, uma vez que seu casamento com o cristão Wani não é reconhecido pelas leis do país. Ela alegou que é cristã, por ter sido criada pela mãe cristã ortodoxa, mas o Sudão leva em consideração a religião do pai, que é muçulmano e abandonou a família quando ela tinha seis anos de idade.

A sentença foi anulada por uma corte de apelação e ela foi libertada depois de dar à luz uma menina na prisão. Ela estava presa desde fevereiro, junto com outro filho de menos de dois anos de idade.

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O caso teve início quando um parente de Meriam, um muçulmano, apresentou uma denúncia contra ela. A ação seria resultado de uma disputa familiar por um pequeno negócio comandado por ela. Nesta terça-feira, um homem que diz ser irmão de Meriam reclamou uma indenização, alegando que cristãos desonraram sua família.

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“Nós não fomos informados pelo tribunal de que ela seria libertada. Isso veio como uma surpresa para nós. A lei falhou em defender nossos direitos. Isso agora é um assunto de honra. Os cristãos nos desonraram e vamos ver como vingar isso”, disse Al-Samani Al-Hadi, segundo declaração reproduzida pela rede CNN. No tribunal, Meriam negou ter qualquer parentesco com Al-Hadi.

O presidente do Parlamento, Fatih Izz Al-Deen defendeu a condenação anunciada no mês passado, afirmando que o argumento de que ela foi criada como não muçulmana era mentiroso.

Segundo a rede britânica BBC, a nova prisão de Meriam e sua família pode ter motivação política. Isso porque o Serviço Nacional de Segurança e Inteligência (Niss, na sigla em inglês) é um órgão poderoso no país, que frequentemente intervém na política e na disputa por poder. “É muito possível que o Niss não tenha gostado da decisão de libertar Meriam Ibrahim, e prendê-la novamente foi uma forma de deixar clara sua posição para o restante do governo sudanês”.

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