Strauss-Kahn assina acordo com camareira, afirma juiz
Valor da indenização não foi divulgado. Processo civil foi apresentado pela camareira em agosto de 2011, depois de inquérito penal ter sido arquivado
O ex-diretor do Fundo Monetário Internacional Dominique Strauss-Kahn assinou um acordo com a camareira que o acusa de abuso sexual. A informação foi dada pelo juiz Douglas McKeon, de Nova York, nesta segunda-feira. Ele disse que os termos sobre o acordo com Nafissatou Diallo são confidenciais.
Entenda o caso
- • Em 14 de maio de 2011, o francês Dominique Strauss-Kahn foi preso, acusado de abuso sexual pela camareira de um hotel de luxo de Nova York. Uma semana depois, foi colocado em prisão domiciliar.
- • Como consequência do escândalo, foi obrigado a renunciar à chefia do FMI e à candidatura à Presidência da França em 2012 – para a qual era um dos favoritos.
- • Um mês depois, porém, o caso sofre uma reviravolta: promotores passam a duvidar da credibilidade da vítima, que mentiu nos depoimentos, e DSK ganha liberdade condicional.
- • No dia 23 de agosto de 2011, a promotoria de Nova York decide retirar as acusações contra ele, encerrando o caso. A defesa da camareira, então, entra com outro processo na Justiça, pedindo uma indenização.
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A camareira processou Strauss-Kahn em agosto do ano passado, três meses depois de ter dito à polícia que ele tinha tentado violentá-la no hotel em que estava hospedado. O escândalo levou à renúncia de DSK (como Strauss-Kahn é conhecido) da diretoria do FMI e acabou com suas ambições políticas – incluindo seu plano de se tornar presidente da França.
“Eu só quero agradecer a todos, no mundo todo”, disse a camareira a jornalistas depois da audiência, segundo a rede CNN. “Eu agradeço a todos, agradeço a Deus. Muito obrigada”.
Seu advogado, William Taylor, disse que ela é uma pessoa “forte e corajosa, que nunca perdeu a fé em nosso sistema judicial.” “Com essa decisão, ela agora pode continuar com sua vida”.
Os advogados de Strauss-Kahn não responderam às perguntas dos jornalistas.
No final de novembro, a defesa de DSK negou informações de que um acordo envolvendo uma indenização de 6 milhões de dólares havia sido acertado.
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Em maio de 2011, DSK foi detido no aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, quando se preparava para viajar para Paris. Ele foi impedido de pegar o avião após a polícia nova-iorquina ter recebido a denúncia.
Após vários meses de processo penal, o francês ficou livre de acusações em agosto de 2011, quando a Promotoria da Nova York pediu o fim do caso alegando falta de credibilidade no testemunho da camareira.
Os advogados da camareira apresentaram então um processo civil pedindo reparação financeira pelo suposto assédio sexual. O ex-diretor do FMI, por sua vez, apresentou uma denúncia contra a camareira, a quem reivindica 1 milhão de euros pelos danos causados por suas acusações.
Uma investigação policial em que o ex-diretor do FMI é acusado de favorecimento à prostituição, por ter participado de festas patrocinadas por uma rede de prostituição em Lille, na França, ainda está em andamento.