Snowden é indicado a prêmio de direitos humanos do Parlamento Europeu
Bancada de deputados do partido verde responsável pela indicação disse que ex-analista prestou "enorme serviço" ao vazar documentos
O ex-analista de inteligência americano Edward Snowden foi indicado ao Prêmio Sakharov, uma homenagem do parlamento europeu conferida a defensores dos direitos humanos. Entre os ganhadores há nomes como Nelson Mandela e o dissidente cubano Guillermo Fariñas.
Atualmente asilado na Rússia, após vazar milhares de documentos da agência de segurança dos Estados Unidos, Snowden teve o nome indicado para o prêmio por deputados do Partido Verde Europeu. Eles argumentam que o ex-analista prestou um “enorme serviço” aos cidadãos europeus por ter ajudado a revelar a dimensão dos programas de espionagem dos EUA.
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“Edward Snowden arriscou sua liberdade para nos ajudar a nos protegermos e ele merece ser homenageado por ter lançado luz sobre sistemáticas infrações a liberdades civis feitas pelos serviços secretos dos EUA e da Europa”, declararam em comunicados os líderes do partido, Rebecca Harms e Daniel Cohn-Bendit – este último um dos líderes históricos do movimento de Maio de 1968, na França.
Qualquer um dos partidos que compõem o parlamento europeu pode indicar um nome para os comitês de Desenvolvimento e das Relações Exteriores do parlamento. Snowden é apenas um dos sete nomes que concorrem em uma lista preliminar.
Entre outros indicados estão Malala Yousafzai, a jovem paquistanesa que foi baleada na cabeça pelos terroristas do Talibã, em outubro de 2012, e o ex-magnata do petróleo russo e crítico do governo Putin, Mikhail Khodorkovsky, que foi condenado por lavagem de dinheiro, evasão fiscal e fraude e está preso desde 2003.
No dia 30 de setembro, os membros dos dois comitês vão fazer uma votação preliminar para reduzir a lista a três nomes. O vencedor será escolhido pelos líderes parlamentares em 10 de outubro.
O prêmio leva o nome do físico e dissidente político soviético Andrei Sakharov (1921-1989) e paga prêmio de 50.000 euros.
(Com agência Reuters)