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Senado americano rejeita medidas para controle de armas

Propostas não atingiram número necessário de votos. Presidente Obama considerou resultado uma "vergonha" para o Congresso americano

Por Da Redação
17 abr 2013, 20h24

Uma série de medidas voltadas a endurecer o controle de armas nos Estados Unidos foram rejeitadas nesta quarta-feira no Senado. De forma sucessiva, foram rejeitados: um acordo bipartidário para ampliar a checagem de antecedentes criminais de compradores de armas, a proibição de armas de assalto; e a proibição da venda de carregadores de alta capacidade. Estas e outras mudanças teriam de obter pelo menos 60 votos a favor para serem consideradas pelos parlamentares.

A reprovação do projeto representa um duro golpe para o governo de Barack Obama, que passou a ver como prioridade a questão do controle de armas depois do massacre em Newtown, Connecticut, em dezembro, quando um jovem armado com um rifle semiautomático matou 20 crianças e seis adultos na escola primária de Sandy Hook. Depois da tragédia, o governo democrata anunciou um pacote de medidas para endurecer o controle da venda e porte de armas nos EUA.

“Os americanos estão tentando entender por que uma proposta apoiada por 90% dos americanos não foi aprovada no Senado. Os senadores que votaram contra não têm argumentos coerentes para votar ‘não'”, afirmou Obama, em um pronunciamento na Casa Branca. “Um dos argumentos dos críticos da proposta é que ela não vai prevenir todos os atos de violência nos EUA. Isso é verdade. Mas, se nossa proposta puder salvar uma pessoa, uma dezena, uma centena, temos a obrigação de tentar”, completou. “Hoje é um dia de vergonha para Washington, mas nossa luta não terminou. O impacto dessa proposta vai ser refletir nas urnas futuramente.”

Opositores ao controle de armas, tanto republicanos como democratas, disseram ter votado de acordo com a lógica e ressaltaram que a paixão não pode influenciar na elaboração de uma medida importante. “Criminosos não se submetem à checagem de antecedentes agora. Eles também não vão se submeter a checagens mais amplas”, disse o senador Charles E. Grassley, republicano de Iowa.

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A ampliação da checagem era tida como uma das principais medidas a serem analisadas e uma das que teria mais chances de ser aprovada. No último dia 10, um grupo de senadores dos dois partidos tinha chegado a um acordo propondo que a consulta de antecedentes criminais e psiquiátricos fosse realizada em feiras especializadas e também em vendas online – atualmente, a checagem é obrigatória apenas para a venda em lojas licenciadas. Mesmo não contendo medidas tão restritas quanto desejado por Obama, o presidente, à época, elogiou o acordo.

Saiba mais:

Saiba mais: Depois de massacre, Connecticut aprova controle de armas

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A Segunda Emenda da Constituição americana garante o direito dos americanos à posse de armas, e a Corte Suprema sempre foi contra as tentativas de alguns estados e cidades para limitá-la. Os EUA são o país do mundo com mais civis com posse de armas, entre 270 milhões e 300 milhões, segundo a ONU.

Protesto – Lori Haas, mãe de uma jovem vítima da tragédia na Universidade Virginia Tech, e Patricia Maisch, sobrevivente do massacre em Tucson, acompanhavam a votação da galeria do Senado e gritaram: “Que vergonha”. O vice-presidente Joe Biden, que presidia a sessão, pediu silêncio ao público, informou o jornal The New York Times. “Eles deveriam ter vergonha de si mesmos”, disse Patricia ao ser levada para fora do local. “Eles não têm alma, não têm compaixão”.

A ex-deputada Gabrielle Giffords, que foi gravemente ferida pelo atirador de Tucson, fez sua crítica por meio do Twitter. “Os senadores ignoraram a vontade do povo e rejeitaram a checagem de antecedentes. Eu não vou desistir. Os constituintes vão saber que eles obedeceram ao lobby das armas e não a eles”.

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