Sarkozy propõe três debates até maio; Hollande recusa
Pesquisas de opinião indicam vitória do socialista no segundo turno
François Hollande se recusou a participar de três debates antes do segundo turno, em resposta a proposta feita por Sarkozy, afirma a imprensa francesa. O candidato socialista à presidência e primeiro lugar nas pesquisas de boca de urna considerou que está “em melhor posição para ser o próximo presidente da França”.
A recusa de Hollande pode estar ligada ao bom resultado das pesquisas sobre o segundo turno. Divulgada pelos institutos Ipsos e Ifop, a estimativa aponta o socialista como vencedor com pelo menos 54% dos votos. Essas pesquisas confirmam as previsões das sondagens realizadas antes do primeiro turno, realizado neste domingo.
Segundo a pesquisa do Ifop, 48% dos eleitores de Marine Le Pen, a candidata de extrema-direita que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, votarão em Nicolas Sarkozy no segundo, 31% votarão em François Hollande e 21% se absterão ou votarão em branco.
Daqueles que votaram no candidato da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, 83% no votarão no candidato socialista. Os eleitores do centrista François Bayrou estão divididos: 38% para Nicolas Sarkozy, 32% para François Hollande e 30% se absterão ou votarão em branco.
Discurso – Os dois candidatos fizeram discursos a seus partidários depois do fim das votações. Em Paris, o atual presidente falou em coragem ao convocar o socialista para os debates. “Os dois candidatos escolhidos para o segundo turno têm agora um dever de verdade e coragem. O momento crucial se aproxima, aquele da confrontação de projetos e de escolhas (…). Tudo deve ser debatido, sem hipocrisia, sem nos esquivarmos”.
“Com o debate, cada pessoa poderá fazer sua escolha, com maior conhecimento de causa. Irei a seu encontro, detalhando meus compromissos. Dedicarei a isso toda a energia de que sou capaz”, prometeu Sarkozy, pedindo que “todos os franceses coloquem o amor à pátria acima de todas as considerações partidárias”.
“Poderemos encarar o segundo turno com confiança”, repetiu. Tudo está começando. A partir de desta segunda-feira vamos retomar a estrada, a cada minuto, a cada segundo”, finalizou.
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“Eu me tornei o candidato de todas as forças que querem virar uma página e abrir outra (…). Ao fim deste primeiro turno, sou o candidato da união pela mudança. Esta união deve ser a mais ampla possível, ela inclui as forças de esquerda e os ecologistas, das quais sou hoje o representante”, disse.
“Saúdo os candidatos do primeiro turno, Jean-Luc Mélenchon e Eva Joly, que pediram claramente e sem negociação apoio para mim no segundo turno”, lembrou o candidato socialista. “Sei que sou visto além das fronteiras de nosso país”, disse, antes de afirmar que tem “a responsabilidade de recolocar a Europa no caminho do crescimento e do emprego”.
Em vantagem nas pesquisas desde a semana anterior às eleições, François Hollande também saudou “um ato de confiança no projeto apresentado aos franceses para reerguer nosso país com justiça, para recuperar as finanças, para recuperar a confiança e o emprego, para reduzir a dívida, para proteger nossa indústria, para promover os valores da República”.
“A mudança está em andamento e nada pode detê-la”, concluiu.
(Com agência AFP)
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