Rússia realiza novo exercício militar perto da Ucrânia
No Mar Negro, EUA, Romênia e Bulgária realizam treinamentos militares. Mobilização de tropas na região adiciona mais tensão à disputa pela Crimeia
Por Da Redação
13 mar 2014, 09h10
Cerca de 8.500 militares russos participam de exercícios militares perto da fronteira com a Ucrânia envolvendo artilharia e lançadores de foguetes, informou o Ministério da Defesa da Rússia nesta quinta-feira. Um comunicado no site do ministério confirmou que os exercícios foram iniciados em bases do Distrito Militar Sul, mas não diz quanto tempo vão durar. Esta nova mobilização de tropas russas é o prosseguimento de uma ação de treinamento iniciada na semana passada, quando a Rússia deu início a “exercícios de defesa aérea de larga escala” em uma base localizada cerca de 450 quilômetros ao leste da fronteira. A base de Kapustin Yar receberá 3.500 soldados e mais de 1.000 equipamentos militares durante aproximadamente um mês. Os testes serão concluídos com exercícios de tiro real, envolvendo os mísseis S-300 e Buk M1, além de outros sistemas de defesa aérea. Os exercícios militares russos causam ainda mais preocupação na Ucrânia devido à crise política entre Kiev e Moscou sobre a península ucraniana da Crimeia, que está atualmente sob controle de forças russas.
Nesta quarta-feira, os Estados Unidos iniciaram um exercício naval conjunto envolvendo Bulgária e Romênia nas águas do mar Negro em frente à península da Crimeia. Os EUA dizem que os exercícios navais já estavam previstos antes da crise na Ucrânia. Mas a atividade emite uma mensagem contrária às intenções da Rússia em seu antigo quintal da Guerra Fria. O US Truxtun, um destroier americano com mísseis teleguiados que faz parte da Sexta Frota dos EUA, sediada na Itália, juntou-se às manobras com a fragata búlgara Drazki e três embarcações romenas no mar Negro. O exercício não deve incluir nenhum disparo com armas de fogo.
Petróleo e gás – As autoridades locais da Crimeia estão tentando proteger a produção de petróleo e gás nos mares Negro e Azov do governo da Ucrânia. O Parlamento regional da península gostaria que companhias russas do setor, como a Gazprom, explorassem os recursos nacionais da região. “Esses depósitos e plataformas passarão a ser detidos pela República da Crimeia. Nós estamos prontos para protegê-los. São nossas produções e vamos lutar por elas”, disse Vladimir Konstantinov, porta-voz do Parlamento.
Além disso, o porta-voz confirmou que todas as propriedades e empresas estatais da Ucrânia instaladas na Crimeia serão desapropriadas e assumidas pelo governo local, incluindo a companhia de petróleo e gás Chernomorneftegaz e a produtora de vinho Massandra. O referendo da Crimeia para decidir se o território será anexado à Rússia está marcado para o dia 16 de março, no próximo domingo, apesar da forte oposição da União Europeia (UE) e Estados Unidos. Nesta quarta, o presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu na Casa Branca o primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseniy Yatsenyuk, e voltou a afirmar que o envio de tropas russas para a península da Crimeia “viola a lei internacional”. O presidente americano assinalou que “há outro caminho disponível e esperamos que o presidente Vladimir Putin esteja disposto a segui-lo”. Obama, sem mencionar a palavra guerra ou fazer qualquer menção a uma resistência armada, ressaltou que se a Rússia não quiser dialogar, “a comunidade internacional irá apoiar firmemente o governo ucraniano”.
Sanções – A Rússia vai impor ‘sanções simétricas’ se os Estados Unidos e a União Europeia (UE) aplicarem medidas contra o país, disse o vice-ministro da Economia russo, Alexei Likhachev, nesta quinta-feira. “Estamos prontos para qualquer eventualidade”, disse Likhachev a jornalistas. “Nós vamos espelhar qualquer ação”, completou. Ele também disse que o ministério espera que eventuais sanções sejam políticas e não econômicas.
Os Estados membros da UE chegaram a um acordo sobre os termos a serem usados nas sanções à Rússia, as quais incluem restrições a viagens e congelamentos de bens dos responsáveis por violarem a soberania da Ucrânia, segundo um documento preliminar de sete páginas. O texto descreve em detalhes as medidas punitivas a serem adotadas contra Moscou caso a Rússia não recolha suas forças na península ucraniana da Crimeia e não inicie um diálogo com mediadores internacionais para tentar resolver a crise na Ucrânia.
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