Rússia e China vetaram esta terça-feira uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, esboçada por países europeus, ameaçando agir caso o líder sírio não ponha fim à repressão mortal a um movimento pró-democracia.
Nove países votaram a favor, enquanto Rússia e China se manifestaram contrárias, neutralizando a resolução, devido ao seu poder de veto enquanto membros permanentes do Conselho.
Brasil, África do Sul, Índia e Líbano se abstiveram.
“Todos os esforços foram feitos para produzir uma resposta unânime”, declarou o embaixador da França nas Nações Unidas, Gerard Araud, em alusão ao empenho para se alcançar um compromisso.
“Numerosas concessões” foram feitas à Rússia, à China e aos países que se abstiveram, acrescentou.
Araud destacou que o veto demonstrou um “desprezo pelos interesses legítimos pelos quais se tem lutado na Síria”, desde que os protestos contra o presidente Bashar al-Assad começaram, em meados de março.
Washington expressou sua “indignação” pelo fracasso da resolução condenando a repressão do governo sírio aos protestos.
“Os Estados Unidos estão indignados com o fato de o Conselho ter falhado totalmente em enfrentar um desafio moral urgente e uma crescente ameaça à paz e à segurança regional”, disse a embaixadora americana Susan Rice, criticando os países que segundo ela “prefeririam vender armas ao regime sírio”.
“Dois membros vetaram um texto que nem sequer mencionava sanções. Deixe-me ser clara, os Estados Unidos acreditam que passou da hora desse Conselho assumir suas responsabilidades e impôr duras sanções seletivas e um embargo de armas ao regime de Assad”, afirmou Rice.
Este é o primeiro veto sino-russo desde que os dois países bloquearam sanções contra o presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, em julho de 2008.