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Reviravolta no caso DSK faz França reavaliar futuro político

Promotores detectaram mentiras na história da vítima e decidiram libertá-lo

Por Da Redação
1 jul 2011, 11h37

A libertação do ex-chefe do FMI, Dominique Strauss-Kahn, de sua prisão domiciliar nesta sexta-feira está levando a França a repensar o futuro político do francês que, antes de ser preso, era apontado como um dos candidatos favoritos à Presidência do país nas eleições do próximo ano. Os promotores do caso já não acreditariam mais nas declarações da camareira, que teria dado versões contraditórias a respeito das acusações de crime sexual.

O escândalo manchou a imagem de DSK, como é conhecido em seu país, tanto como economista bem-sucedido, levando-o a renunciar à chefia do FMI, quanto também como político em ascensão. E todos julgavam ser praticamente impossível para ele reassumir um ou ambos os postos. Contudo, como ressaltou ao jornal The New York Times o ex-premiê francês Lionel Jospin, e aliado de DSK, a notícia de que ele pode ser até inocentado caiu “como um raio” no país. Agora, aliados confiam que ele pode voltar com força total.

Nas ruas, a resposta do povo francês à notícia da fragilidade da acusação mostra que ainda há esperanças para Strauss-Kahn, que sempre negou todos os delitos. “Isso é um tapa na cara das feministas”, avalia o comerciante Marc Marciano, de 53 anos. “Acho que ele pode voltar à vida política francesa mas, internacionalmente, ele está queimado para sempre”, opina outra francesa, Marie Chuinard, de 25 anos.

Apoio – Entre os políticos, também surgiram algumas vozes em defesa do ex-chefe do FMI. “Eu espero que o sistema judicial americano descubra a verdade e tire DSK deste pesadelo”, declarou Martine Aubry, líder do Partido Socialista, o mesmo de Strauss-Kahn. Ela conta ainda que sentiu “uma alegria imensa” ao saber da mudança nos rumos do processo contra o colega na Justiça. Outros, mais entusiastas, como o ministro Jack Lang, acreditam que mesmo que DSK não seja candidato à Presidência, ele ainda pode desempenhar um papel importante nas eleições.

O jornal americano ainda comenta que, talvez, os aliados do presidente Nicolas Sarkozy – que deve tentar a reeleição – tenham celebrado prematuramente a saída de cena de Strauss-Kahn. Mas Sarkozy se recusou a comentar o caso. “Acredito que os amigos de Sarkozy terão uma manhã bastante desagradável”, avaliou a socialista Claude Bartolone.

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Reviravolta – Conforme reportagem da mesma publicação na quinta-feira, acusações contra DSK por tentativa de estupro estão na “corda bamba”, depois que os investigadores encontraram “grandes buracos” de credibilidade no testemunho da camareira que o denunciou. Citando fontes não identificadas que conhecem o caso, o NYT indica que, embora o exame de corpo de delito tenha detectado evidências claras de um contato sexual, os investigadores não acreditam na versão da mulher, que desde que fez a denúncia, em 14 de maio, se contradisse em seu relato.

Os promotores detectaram alguns aspectos irregulares sobre a solicitação de asilo da funcionária do hotel, de 32 anos e origem guineana, que teria vínculo com atividades criminosas como participação em lavagem de dinheiro e até tráfico de drogas. Além disso, segundo as duas fontes, a mulher conversou por telefone com um homem preso no dia em que teve o contato com Strauss-Khan. Na conversa, que teria sido gravada, os dois falaram sobre o possível lucro que a camareira teria se apresentasse acusações contra o ele, que sempre teve fama de mulherengo.

DSK foi preso em 14 de maio no aeroporto internacional John F. Kennedy, em Nova York. Uma semana depois, foi colocado em prisão domiciliar, obrigado a usar uma pulseira eletrônica e ser vigiado 24 horas por dia por guardas armados e um sistema de câmeras que tinha de pagar de seu próprio bolso, com custo estimado em mais de 200.000 dólares por mês.

(Com agência EFE)

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