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Reunião do Mercosul vira palanque contra espionagem

Países criticam vigilância americana e desvio de rota imposto a avião presidencial de Morales

Por Da Redação
12 jul 2013, 18h38

Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, do Uruguai, José Mujica, da Argentina, Cristina Kirchner, e do Brasil, Dilma Rousseff, reuniram-se nesta sexta-feira em Montevidéu para uma reunião de cúpula do Mercosul. Como o combalido bloco pouco tem a comemorar em termos econômicos, o encontro acabou voltando seu foco para o assunto do momento: a espionagem do governo americano denunciada pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden. Não faltaram críticas aos Estados Unidos e à defesa do “direito ao asilo político”.

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A presidente Dilma voltou a dizer que a espionagem americana “fere a soberania e atinge os direitos individuais da população” e pediu ações para “coibir” ações desse tipo. “Defendemos que a soberania, a segurança de nossos países, a privacidade de nossas comunicações, de nossos cidadãos, de nossas empresas, devem ser preservadas. Esse é o momento de demarcar também um limite para o Mercosul. O governo e o povo brasileiro não transigem com sua soberania, como eu tenho certeza que o governo dos povos que integram o Mercosul não transigem com a deles. Por isso saúdo a decisão de rechaço tomada pelo Mercosul para todas as questões relativas ao ferimento tanto da nossa soberania como do direito individual dos nossos povos. Mais do que manifestações devemos também adotar medidas cabíveis, pertinentes para coibir a repetição de situações como esta”.

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Os países do bloco defenderam o direito universal ao asilo político e o compromisso de todos os países latino-americanos com esta possibilidade, no momento em que países como Venezuela, Nicarágua e Bolívia oferecem asilo a Snowden. A Bolívia, estado associado, mereceu atenção especial nos discursos dos presidentes devido ao episódio em que o avião presidencial de Evo Morales teve sua rota desviada para a Áustria depois de ser impedido de voar no espaço aéreo da França, da Itália e da Espanha e de pousar em Portugal para reabastecer, sob a suspeita de que levava a bordo o delator americano. Os países repudiaram o tratamento dispensado ao presidente da Bolívia e decidiram chamar para consulta seus embaixadores nos países europeus envolvidos no caso Morales.

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Paraguai – O discurso de que o Paraguai poderá voltar a fazer parte do bloco depois da posse de Horacio Cartes, em agosto, foi mantido. O país está suspenso desde junho do ano passado, quando ocorreu o impeachment de Fernando Lugo. A suspensão, oficialmente, foi uma reação ao impeachment, mas, na verdade, não passou de um golpe de Brasil e Argentina para permitir a entrada da Venezuela, já que o Parlamento paraguaio havia paralisado o processo ao não aprovar a integração. Se o país não estivesse suspenso, a presidência pró-tempore caberia ao Paraguai.

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Nicolás Maduro, que assumiu a presidência temporária do bloco, disse que “uma tarefa imediata é a reincorporação do Paraguai como membro pleno e ativo”. “Nós vamos colocar nisso todo nosso coração e boa fé. Amamos o povo paraguaio e se houve algum problema no curso dos eventos transcorridos no mês de junho do ano passado, temos que colocar nossa melhor boa vontade para superá-lo”, afirmou.

Dilma Rousseff fez questão de lembrar que não houve retaliação econômica ao governo paraguaio e acrescentou que isso demonstra a “maturidade” do bloco.

A presidente defendeu ainda um “cronograma mais acelerado” para a entrada de outros países ao Mercosul e para fechar um acordo com a União Europeia. Isso, depois de a mandatária ter concluído que o episódio com o avião de Morales poderia atrapalhar negociações entre os países da América Latina e da Europa. Quanto à adesão de novos países, vale lembrar que além dos associados Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru, também estão nessa condição Guiana e Suriname.

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