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Rebelião síria diz ter abatido avião das forças de segurança

Apesar do ataque, a imagem dos opositores ficou comprometida após a divulgação de uma série de vídeos que revelam crueldades cometidas por seus homens

Por Da Redação
13 ago 2012, 18h32

Rebeldes sírios afirmaram nesta segunda-feira ter abatido um avião de combate MiG 23 no leste do país, o que seria o primeiro ataque desse tipo bem-sucedido desde o início da rebelião, há 17 meses.

Entenda o caso

  1. • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o regime de Bashar Assad.
  2. • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança, que já mataram milhares de pessoas no país.
  3. • A ONU alerta que a situação humanitária é crítica e investiga denúncias de crimes contra a humanidade por parte do regime.

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Com a ajuda de tanques e blindados, o Exército sírio entrou em Seif al-Dawla, bairro em poder dos rebeldes em Alepo, a maior cidade do norte, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Por sua vez, o porta-voz do Exército Sírio Livre (ESL), Kassem Saadeddine, declarou que os paramilitares havia abatido um avião do Exército regular na região de Deir Ezzor, “com um tiro de 14,5 mm disparado por uma metralhadora antiaérea”.

Um vídeo amador postado por militantes no YouTube mostra uma aeronave atingida em meio a disparos intensos. Uma fonte militar citada pela agência oficial Sana confirmou a perda, atribuindo a queda da aeronave a uma “pane técnica” que obrigou o piloto a se ejetar.

Um grupo de insurgentes afirmou ter capturado o piloto em outro vídeo on-line, mostrando um homem barbado, cercado por três homens armados, que afirma ser o piloto e ter recebido como missão “bombardear a cidade de Mouhassane”, 400 quilômetros a leste de Deir Ezzor.

Assista ao vídeo da queda do avião MiG 23:

Confrontos – Um combatente rebelde de Alepo, se apresentando com o nome de Abu Ahmed, pediu “uma zona de exclusão aérea”. “Na Líbia, (a comunidade internacional) ajudou a derrubar Kadafi, mas aqui na Síria, nos deixam morrer”, declarou à AFP no bairro de Al-Soukkari, onde os combates terrestres tiveram uma pausa nesta segunda.

O Exército entrou com tanques no bairro de Seif al-Dawla, no oeste de Alepo, em poder dos rebeldes, afirmou o OSDH, indicando enfrentamentos nesta área. Os militares haviam lançado na semana passada uma primeira ofensiva terrestre contra um outro bairro do oeste de Alepo, Salaheddine, o primeiro a ser tomado pela rebelião, do qual o Exército controla grande parte.

Em Damasco, o Exército bombardeou bairros do sul da capital e efetuou pela primeira vez uma grande campanha de revistas e perseguições na cidade velha, onde 70 barreiras bloqueiam uma das artérias mais movimentadas. Os serviços de segurança prenderam 22 pessoas e vasculharam um cemitério em busca de armas, segundo o OSDH, que se baseia em uma rede de testemunhas e militantes.

Confrontos também foram registrados na cidade rebelde de Harasta, no nordeste da capital, assim como em Deir Ezzor e em diversas localidades mantidas pelos rebeldes nesta região próxima ao Iraque. De acordo com um registro provisório do OSDH, 87 pessoas morreram nesta segunda-feira, sendo 49 civis, 28 soldados e 10 rebeldes.

Vídeos – Enquanto os insurgentes comemoram a queda, a imagem do grupo ficou comprometida com a divulgação de vídeos revelando crueldades cometidas por seus homens que circulam na internet. Três arquivos postados no YouTube, que não puderam ter sua autenticidade confirmada e que pareciam ter sido captados na região de Alepo, mostram rebeldes jogando corpos de cima de um prédio, degolando um homem ou assassinando um outro a sangue frio. Governo e rebeldes são acusados por ONGs de violações dos direitos humanos.

No dia 8 de agosto, ativistas e membros do ESL haviam redigido um “código de conduta” se comprometendo, principalmente, a respeitar os direitos humanos. O diplomata representando a Síria no Conselho dos Direitos Humanos da ONU se uniu à oposição, uma semana depois da deserção do primeiro-ministro Riad Hijab.

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No momento em que a violência atinge a marca de mais de 21.000 mortos desde o início da revolta contra o presidente Bashar Assad, em março de 2011, a comunidade internacional tem dificuldades para chegar a um entendimento sobre a Síria. O chefe da diplomacia francesa inicia na quarta-feira uma viagem pelos países vizinhos da Síria, oficialmente para “manifestar o apoio” da França aos refugiados.

Diplomacia – Em uma nova tentativa diplomática, uma cúpula reunindo líderes dos 57 países da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) deve abordar na terça-feira em Meca a questão síria, que divide profundamente as nações muçulmanas. O Irã indicou que se opõe a uma suspensão da Síria da OCI.

Na Jordânia, a polícia dispersou um grupo de sírios revoltados com suas condições de vida em um campo de refugiados. A Jordânia abriga 150.000 refugiados sírios, e a Turquia anunciou que, com a chegada de mais 7.000 sírios nos últimos três dias, o número de refugiados chega a 60.000.

A secretária-geral adjunta das Nações Unidas para Assuntos Humanitários, Valérie Amos, é aguardada na Síria e no Líbano para visitas de terça a quinta-feira.

(Com agência France-Presse)

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