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Protestos pela morte do jovem Trayvon Martin se multiplicam pelos EUA

Por Da Redação
26 mar 2012, 22h36

Miami, 26 mar (EFE).- A morte de Trayvon Martin, um adolescente negro desarmado, pelo disparo de um vigilante voluntário nos Estados Unidos completa um mês nesta segunda-feira, quando os protestos, as acusações de crime racial e os pedidos de justiça por este caso estão mais intensas que nunca.

Centenas de pessoas se concentraram hoje na frente da prefeitura de Sanford, na Flórida, cidade dos arredores de Orlando onde ocorreram os fatos.

Da mesma forma que milhares de pessoas fizeram por todo o país, os manifestantes reivindicaram a prisão do vigilante, George Zimmerman, que permanece em liberdade sem acusações, protegido pela legislação vigente na Flórida.

‘Não estamos pedindo olho por olho. Estamos pedindo justiça’, reivindicou Tracy Martin, pai do adolescente morto, ao mesmo tempo que o conhecido reverendo e ativista afro-americano Al Sharpton, que também participou do protesto de Sanford, insistiu na vertente racial deste incidente.

Nesse sentido advertiu às autoridades de Sanford que, se não fizerem algo, ‘correm o risco de se transformar na Birmingham e Selma do século 21’, em referência às cidades do sul dos EUA que se transformaram em símbolos do racismo durante as manifestações pelos direitos civis nos anos 1960.

Em paralelo, hoje foram noticiados pela primeira vez alguns detalhes sobre a versão de Zimmerman, que permanece recluso por temor a represálias e até o momento não fez declarações públicas.

Segundo o jornal ‘Orlando Sentinel’, que cita fontes das autoridades, Zimmerman disse à polícia que estava retornando a seu veículo quando Martin se aproximou dele por trás, trocaram duas palavras e depois o menor o soco no nariz e começou a agredi-lo quando já estava caído no chão.

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Caso seja verdade, este relato poderia reforçar a argumentação de Zimmerman que atuou em defesa própria, uma versão que a polícia aceitou desde o primeiro momento diante da ausência de testemunhos que a contradissessem.

Em qualquer caso, e apesar de inicialmente o fato não ter atraído muita atenção, nos últimos dias a mobilização cidadã e os protestos, especialmente por parte da comunidade negra, em todo o país tomaram tal força que tanto o chefe de polícia de Sanford como o promotor estadual se viram forçados a retirar-se do caso.

A esta altura quase três de cada quatro americanos acreditam que a polícia deveria prender o vigilante voluntário, segundo uma enquete da ORC International divulgada hoje pelo canal ‘CNN’.

Zimmerman permanece em liberdade amparado pela lei ‘Stand Your Ground’ (‘Defenda sua posição’), que exime os cidadãos da obrigação de retirar-se perante uma ameaça, se é possível fazê-lo de forma segura, e lhes concede liberdade para recorrer ao uso da força para defender-se.

Segundo essa mesma enquete, os americanos se encontram muito divididos em relação à conveniência dessa lei: 55% dos consultados estão a favor e 43% a desaprovam.

Enquanto 64% dos homens deste país respaldam a norma, só 46% das mulheres a apoiam. Também estão a favor dela 59% dos brancos e 44% das demais raças.

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Perante a generalizada condenação pública a Zimmerman, várias pessoas próximas deste homem decidiram sair em sua defesa. Entre eles, Greg Sonner, um amigo e assessor legal do vigilante, que explicou hoje em entrevista televisada que este está atravessando um momento muito duro e que se arrepende terrivelmente do ocorrido.

‘Seus amigos quisemos dar um passo adiante porque as acusações de que é racista simplesmente não são certas. Está nervoso e teme por sua vida. Foi acusado em todo os EUA’, disse Sonner.

Segundo denunciaram, o homem recebeu várias ameaças de morte e o grupo Novos Panteras Negras ofereceu US$ 10 mil por informação que conduza à sua captura.

Também foi divulgado hoje que Martin se encontrava em Sanford enquanto cumpria uma suspensão de dez dias da escola onde estudava por terem encontrado uma bolsa plástica com restos de maconha em seu poder.

A informação foi confirmada pelo advogado da família, Benjamin Crump, que insistiu que esse dado não tem relação alguma com o incidente no qual morreu o jovem, que não possuía incidentes criminais. EFE

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