Primeiro-ministro da Líbia é libertado após sequestro
Ali Zidan havia sido detido por um grupo armado ligado ao Ministério do Interior
Horas depois de ter sido sequestrado por uma milícia armada em Trípoli, o primeiro-ministro da Líbia Ali Zidan foi libertado na manhã desta quinta-feira, anunciou a televisão estatal do país. O breve comunicado oficial informa que o premiê não está ferido, mas não dá mais detalhes sobre o fim do sequestro.
Ali Zidan foi levado do hotel onde estava hospedado por homens armados nesta madrugada. Um grupo conhecido como Centro de Operações dos Revolucionários Líbios assumiu a autoria do rapto, alegando que estava prendendo o premiê por “corrupção”. O bando acusa Ali Zidan de ter sido conivente com a operação militar americana que prendeu um líder da Al Qaeda no território líbio no último sábado – ação que enfureceu militantes islâmicos do país.
Uma das inúmeras milícias que atuam no país desde a queda de Muamar Kadafi, o grupo tem ligações com o Ministério do Interior, em um exemplo da nociva convivência dos bandos armados com o poder oficial líbio. Relatos da imprensa local apontam, inclusive, que, durante a curta detenção, Ali Zidan foi mantido na sede do ministério. Os rebeldes alegam que agiram de acordo com a lei do país, mas o Ministério da Justiça diz que não havia nenhum mandado contra o primeiro-ministro.
Milícias – Líder de um governo frágil e instável, o muçulmano moderado Ali Zidan ocupa o cargo de primeiro-ministro desde outubro de 2012, quando teve o seu nome aprovado pelo Parlamento do país. Desde a queda de Muamar Kadafi, há dois anos atrás, a Líbia tenta controlar a atuação das milícias armadas, que ajudaram a derrubar o ditador líbio, mas se recusam a abdicar do poder conquistado com a força.
Numerosos, os grupos armados – muitos deles ligados ao extremismo islâmico – controlam partes do país e frequentemente promovem ações para intimidar e sabotar o frágil governo.