Polícia reprime protesto contra o governo em Istambul
Manifestação contra destruição de parque tornou-se movimento mais amplo contra o partido do premiê Recep Tayyip Erdogan
Por Da Redação
31 Maio 2013, 20h53
A polícia usou gás lacrimogêneo e canhões de água nesta sexta-feira contra manifestantes que ocupavam um parque no centro de Istambul, na Turquia, ferindo dezenas de pessoas. O confronto levou várias manifestantes e turistas a correr em busca de refúgio em lojas e hotéis no centro da cidade. O protesto começou tendo como foco a destruição do parque Gezi, para dar lugar a um shopping center, mas acabou se tornando um protesto contra o governo do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
Uma associação de médicos de Istambul afirmou que pelo menos 100 pessoas ficaram feridas, algumas delas no desabamento de um muro no qual subiam para tentar fugir do gás lacrimogêneo. A Anistia Internacional disse estar preocupada com o que descreveu como “o uso excessivo de força” por parte da polícia contra o que começou como um protesto pacífico.
A destruição do parque, último espaço verde significativo no centro de Istambul, deu origem a protestos no início desta semana, que acabaram se tornando uma expressão mais ampla de descontentamento com os planos de desenvolvimento urbano do governo, com o apoio aos rebeldes na vizinha Síria, que muitos acreditam ter feito o conflito chegar ao território turco, e com medidas vistas como autoritárias, entre elas a recente restrição à venda de bebidas alcoólicas na madrugada e as advertências contra demonstrações públicas de afeto.
A Turquia é uma nação governada por um partido islâmico que diz não querer romper com a tradição democrática nacional, mas não esconde a afinidade com grupos fundamentalistas da região. Erdogan é visto por muitos como o líder mais poderoso desde Mustafa Kemal, o Ataturk (pai dos turcos), que fundou a moderna república secular sobre as ruínas do Império Otomano, 90 anos atrás. Mas o aumento da insatisfação popular representa um desafio político para Erdogan, que planeja disputar a presidência em 2014 e tenta alterar a Constituição do país para criar um sistema presidencial mais poderoso.
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Em um discurso no início desta semana, o premiê disse que os planos para o parque serão mantidos, “não importa o que eles façam”, referindo-se aos manifestantes. A previsão é que o parque, que fica na Praça Taksim, uma equivalente turca da Praça Tahrir, no Egito, dará lugar a uma réplica de quartéis da era Otomana que vai abrigar o centro comercial.
O impacto da crise entre Lula e Congresso na reforma tributária e entrevista com Rodrigo Maia
As bolsas europeias e os futuros americanos são negociados em baixa na manhã desta quinta-feira, 25. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregou o texto da fase de regulamentação da reforma tributária ao Congresso Nacional. O projeto tem cerca de 300 páginas e mais de 500 artigos. Haddad calcula uma alíquota média de 26,5% do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), mas disse que isso vai depender do número de exceções que serão aprovadas à regra geral. A transição para o novo sistema pode ter início em 2026. A entrega do projeto acontece em meio a uma crise entre o Executivo e o Legislativo e cobranças públicas do presidente Lula aos seus ministros por uma melhor interlocução com o Congresso. A mineradora Vale publicou seus resultados do primeiro trimestre e obteve lucro líquido de 8,3 bilhões de reais, cifra 13% menor em relação ao mesmo período de 2023. Os Estados Unidos publicam a primeira leitura do resultado do PIB do primeiro trimestre do país. Diego Gimenes entrevista Rodrigo Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e ex-presidente da Câmara dos Deputados.
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