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Personagem real de ‘Argo’ desconstrói trama hollywoodiana

Mark Lijek, um dos seis americanos que conseguiram fugir da embaixada dos EUA em Teerã em 1979, conta ao site de VEJA sua versão da própria história

Por Cecília Araújo
2 mar 2013, 12h28

Ao ver uma parte importante de sua vida retratada nas telas do cinema, o americano Mark Lijek percebeu que os idealizadores de Argo deixaram de fora aspectos importantes do resgate de funcionários da embaixada dos EUA em Teerã, em 1979. Algumas passagens de grande tensão foram eliminadas, como as dificuldades para encontrar um esconderijo no país em revolução. Em entrevista ao site de VEJA, Lijek também explica por que acha que os canadenses deveriam ter tido mais destaque no longa ganhador do Oscar, e conta detalhes do período em que ficou escondido na embaixada canadense, ambiente que contrastava com a tensão e os riscos daquele momento histórico. Lembra ainda que houve apreensão até o momento de pegar o avião de volta aos EUA, mas revela: “obviamente, a parte em que os revolucionários iranianos correm atrás do avião no filme não é real”.

Qual foi sua reação ao saber que Affleck filmaria Argo? Fiquei empolgado. Nós seis sabíamos que há alguns anos Clooney havia comprado os direitos de gravar a história, e anos depois soubemos que Affleck tinha convencido Clooney a dirigir o filme. Porém, não fizemos parte das negociações. Como somos figuras públicas, qualquer um pode escrever sobre nós sem nossa permissão. Mesmo assim, a produção entrou em contato conosco, nos enviou as primeiras versões do script e nos pediu para assinar contratos afirmando que não fazíamos objeção à gravação do filme. Uma formalidade, apenas. Achamos que poderíamos sugerir algumas mudanças no roteiro, especialmente porque achávamos que os canadenses não recebiam o crédito merecido pelo que fizeram por nós naquele novembro de 1979, mas não foi o caso.

Na realidade, qual foi o grande herói da operação que resgatou vocês? É difícil escolher um único herói. Tony Mendez (membro da CIA representado por Ben Affleck no filme) é um homem muito corajoso, que fez coisas inimagináveis, não só no Irã. Durante a Guerra Fria, colocou sua vida em risco para recuperar famílias inteiras, incluindo crianças pequenas, na União Soviética. Ele já entrou em uma série de lugares perigosos com identidades falsas, é um James Bond da vida real. Também é impressionante a compreensão da mulher dele. Ela entendia que o trabalho de Mendez era sigiloso e que quando ele sumia por uma semana ou duas é porque estava em alguma missão, em qualquer lugar do mundo, resgatando pessoas. Mas os canadenses John Sheardown e Ken Taylor tiveram um papel chave no nosso resgate, também correram riscos. E gostaríamos que eles tivessem tido um destaque maior no filme.

Mark e Cora Lijek
Mark e Cora Lijek (VEJA)
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O senhor acha que a escolha de um americano para protagonista, e não um canadense, pode ter sido política? Não acredito que seja. O filme de Affleck é claramente sob o ponto de vista de Mendez, e as mudanças foram feitas para tornar a história mais interessante e hollywoodiana. Entendo todas elas, apesar de ser emocionalmente difícil aceitar que Sheardown não está representado no filme. Há muitas nuances na história real que poderiam atrapalhar a fluidez da trama cinematográfica. Por isso, os personagens acabam sendo separados em mocinhos e vilões. Por exemplo, nem todos os iranianos são radicais. A empregada iraniana da embaixada canadense não é um personagem real, mas representa muitos iranianos reais que nos ajudaram, e não puderam ser mostrados no filme.

Affleck chegou a pedir sua ajuda para a reconstrução da história e de seu personagem? Todos nós almoçamos com Affleck antes de começarem as gravações e nos encontramos com alguns dos atores. Conversei por várias horas com Christopher Denham, que me representa no filme, e depois ainda trocamos e-mails. Foi bem divertido. Um historiador responsável pela produção de Argo também me procurou. Emprestei a ele documentos e mapas que ninguém mais tinha, que o ajudaram a construir para Argo um cenário muito semelhante ao real (o filme na verdade foi filmado na Turquia).

Do que o senhor mais se lembra do dia 4 de novembro de 1979? Minha lembrança é muito clara, pois foi uma experiência estressante. Era um dia de trabalho normal, no início da semana. A única diferença era que a manifestação do lado de fora do complexo da embaixada parecia maior do que as dos dias anteriores. O governo iraniano não havia aceitado nossa indicação para embaixador, e o chefe interino da sede diplomática fechou a seção de vistos de turistas como forma de protesto. Ele até pediu ao Ministério das Relações Exteriores americano mais segurança policial para nós. Cora trabalhava na seção de vistos, mas estava presente naquele dia cuidando da papelada. Eu estava atendendo um americano que havia perdido seu passaporte. Estávamos conversando, quando percebi um tumulto na sala de espera. Eram 9h30 da manhã, e as pessoas comentavam que alguns manifestantes haviam conseguido entrar na embaixada.

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Depois de tantos protestos anteriores, e considerando que a revolução no Irã era recente, não era previsível que manifestantes mais radicais tentariam invadir a embaixada? Na verdade, o complexo já havia sido invadido em 14 de fevereiro do mesmo ano. Mas a ocupação durou apenas três horas, pois os seguranças conseguiram colocar pacificamente os rebeldes para fora do prédio. Imaginamos que no dia 4 de novembro ocorreria algo parecido. Não havia nenhuma razão para pensarmos que a ameaça seria maior desta vez, ainda mais porque os militantes pareciam estudantes desarmados, a princípio.

O senhor chegou a ficar cara a cara com eles? Como o complexo era grande, não tive acesso direto ao que estava acontecendo na parte onde estavam os militantes. Por outro lado, estes não pareciam ter conhecimento do que ocorria nessa outra parte do complexo. As informações nos eram repassadas pelos seguranças. Num primeiro momento, eles disseram que alguns estudantes apenas queriam realizar uma coletiva de imprensa ali e logo depois sairiam. Então, esperamos, por cerca de 2 horas. Nesse período, houve uma tentativa dos estudantes de entrar no prédio por uma janela do banheiro, mas os seguranças conseguiram impedi-los. Depois, não tivemos mais problemas, até que o nosso chefe interino nos orientou a sair do prédio e caminhar até a embaixada britânica. O problema é que não tínhamos ideia do que se passava atrás da porta a que tínhamos acesso. No fim, havia apenas alguns policiais iranianos, que não nos impediram de sair. Os funcionários e cidadãos iranianos foram os primeiros a deixar o prédio. Depois, Cora e eu saímos com outro casal, Joe e Kathy Stafford.

Quais obstáculos encontraram pela frente até se esconderem na embaixada canadense? Essa foi de longe a parte mais tensa da nossa história, embora não apareça muito no filme. Nós nos sentíamos muito vulneráveis, pois não sabíamos para onde ir ou as proporções da situação. Ainda tínhamos medo de que os iranianos enviassem grupos de busca atrás de nós. Quando saímos da embaixada, estava chovendo, e não tínhamos guarda-chuva ou capa de chuva. Nossa primeira ideia era ir até a embaixada britânica, que ficava próxima à americana. Mas, no meio do caminho, havia um grande protesto, e uma iraniana nos acompanhava nos aconselhou a não atravessá-lo. Então, outro americano que se uniu ao nosso grupo, Robert Anders, deu a ideia de irmos até seu apartamento – pois era o único ao qual poderíamos ir a pé. Conseguimos comer e descansar um pouco, mas não era seguro ficar ali. Na mesma noite, fomos para um centro cultural americano, que ainda estava sob o controle dos EUA e onde havia uma linha de telefone. Passamos uma noite lá, e a seguinte num complexo residencial britânico. No entanto, precisamos sair logo, pois a Grã-Bretanha também estava passando por alguns problemas com manifestantes iranianos.

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Nesse período, vocês conseguiram acompanhar o que acontecia com os reféns na embaixada americana? Sim. Tínhamos um rádio conectado à rede da embaixada, então podíamos ouvir tudo o que acontecia lá. Com o passar do dia da invasão, ouvimos os seguranças se rendendo, um atrás do outro. Não havia nada que eles pudessem fazer, pois estavam sob as ordens de não atirar, a não ser que fosse uma questão de vida ou morte. O último a se render foi um funcionário da comunicação, que estava destruindo os equipamentos criptográficos. Por volta das 15h30, ele anunciou que abriria a porta do cômodo em que estava escondido, pois já tinha acabado de destruir os equipamentos e havia fumaça entrando pelas frestas. Foi um momento sombrio também para nós, pois nos demos conta de que toda a embaixada havia se rendido.

A História

  1. No dia 4 de novembro de 1979, manifestantes invadiram a embaixada dos Estados Unidos em Teerã para exigir do governo americano a entrega do xá deposto, Reza Pahlevi, que conseguiu fugir e receber asilo dos EUA. O xá era acusado de ter “ocidentalizado” o país e cometido uma série de atrocidades, e a população esperava que ele fosse condenado à forca pela própria Justiça iraniana.
  2. À ocasião, dezenas de funcionários da embaixada foram feitos reféns pelos militantes islâmicos. A maioria deles ficou sob o poder dos iranianos por 444 dias – confinados, ameaçados e torturados. Apenas meia dúzia de pessoas conseguiu fugir depois da invasão e, com a ajuda de diplomatas canadenses e membros da inteligência americana, chegaram a salvo aos EUA poucos meses após o incidente. O plano de fuga foi um tanto inusitado: forjar uma filmagem em território iraniano em plena crise diplomática. Os seis fugitivos seriam membros da equipe cinematográfica e portariam passaportes canadenses falsos. Por mais próxima da ficção que possa parecer, essa história é real, mantida em sigilo pela CIA por mais de 30 anos e pouco conhecida internacionalmente. Prevendo um sucesso nas bilheterias, George Clooney comprou o direito de gravar a história, que finalmente foi transformada em filme por Ben Affleck em 2012.
  3. Argo ganhou o prêmio de melhor filme no Oscar 2013. Agências iranianas logo reagiram, considerando-o uma produção “anti-Irã”, que “distorce a realidade” e “tem fins propagandísticos”. Também criticaram o fato de a primeira-dama americana, Michelle Obama, ter sido encarregada de fazer o anúncio, o que seria “um claro indício da politização do prêmio”. Já os canadenses ficaram sentidos por não terem tido destaque no filme. O ex-embaixador no Irã Ken Taylor – que, juntamente com o secretário John Sheardown, deu abrigo aos americanos em um momento crucial – destacou que “não haveria filme sem os canadenses”. “Acho que o meu papel foi um pouco mais importante do que abrir e fechar a porta da frente da embaixada”, ironizou.

Depois de serem expulsos da embaixada britânica, que rumo tomaram? Por quatro dias, contamos com a ajuda de um tailandês amigo, que trabalhava em muitas casas de americanos em Teerã e tinha a chave de todas elas, que no momento estavam desocupadas. A primeira casa em que ficamos hospedados era muito segura, pois tinha muros altos. Mas uma funcionária não concordava em acobertar estranhos sem o conhecimento de seu patrão. Corríamos o risco de ser delatados aos revolucionários iranianos. Então, o tailandês nos levou até outra casa, mas esta não tinha muros, e todos os vizinhos sabiam que era propriedade de um americano. Era muito perigoso. Foi então que Anders entrou em contato com um amigo canadense, John Sheardown, e ele foi muito receptivo. Não queríamos colocar mais gente em risco com a nossa fuga, mas não tínhamos outra escolha. Chegamos à embaixada canadense no dia 10 de novembro e então, finalmente, nos sentimos seguros. O sexto americano fugitivo, Lee Schatz, chegou ao local apenas uma semana depois. Quatro de nós ficaram com Sheardown em um dos prédios da embaixada, e outros dois com o embaixador, Ken Taylor e sua mulher, Pat, em outro – no filme, Affleck colocou todos juntos para dar mais dramaticidade à trama. Como não podíamos sair do complexo – ficamos lá por quase três meses -, nossa preocupação diária era não nos entediarmos demais. Parecia apenas uma questão de tempo para conseguirmos sair do país.

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Nesse período, as notícias dos reféns americanos chegavam até vocês? Tínhamos acesso a algumas informações, mas acredito que os canadenses nos pouparam de algumas coisas. Por exemplo, depois soubemos que um americano que trabalhava conosco na embaixada conseguiu fugir para os EUA e deu uma entrevista coletiva confirmando a informação de que havia diplomatas escondidos em Teerã. Provavelmente, os canadenses não nos contaram para não nos deixar nervosos. Mas, diariamente, líamos os jornais iranianos – entendia um pouco de farsi – e ouvíamos programas da BBC e da Voice of America. Criamos a rotina de jantar junto com Sheardown todas as noites, antes de irmos dormir no covil, e ele nos contava algumas novidades que ouvia no trabalho. Porém, não havia grandes notícias sobre os reféns, devido à falta de avanços nas negociações entre Teerã e Washington. No fim de novembro, me lembro de ficar sabendo da libertação de 13 reféns, entre eles mulheres e afro-americanos, de cargos diplomáticos mais baixos. Sobre as condições em que foram mantidos, só ficamos sabendo depois que voltamos aos EUA. Certamente, foi muito difícil de ouvir que nossos amigos foram tratados tão mal.

O senhor chegou a temer que algo parecido ocorresse com vocês? A partir do momento em que chegamos à embaixada canadense, fiquei confiante de que conseguiríamos sair daquela situação. Nossa vida era muito agradável. Alguns diplomatas de outros países sabiam da nossa existência, e John os convidada para pequenas festas, e podíamos ter contato com pessoas diferentes. É maluco pensar que no meio dessa crise estávamos hospedados em uma linda casa, com diversos cômodos, ótima comida, uísque e cigarros à vontade. Em alguns momentos, fiquei com medo de ser tomado como refém junto com minha mulher, pois, se ameaçassem fazer algo com ela, eu teria que responder a tudo o que perguntassem, para protegê-la. Felizmente, isso nunca aconteceu. Também temia que alguém ficasse gravemente doente, pois eventualmente teríamos que procurar um hospital. Além disso, a casa em que estávamos foi colocada à venda, e de vez em quando vinham pessoas desconhecidas interessadas em conhecer. Precisávamos nos deslocar para outro prédio, de carro, sendo que o trânsito de Teerã é péssimo. Mas, no fundo, não achava que os iranianos ainda estavam atrás de nós. Para mim, eles imaginavam que estávamos em alguma sede diplomática, mas não quiseram criar problemas com outro país. O próprio aiatolá pediu que eles deixassem outros estrangeiros em paz.

Como vocês reagiram quando a CIA lhes apresentou aquela ideia de fuga? Essa parte do filme é verdadeira. Fui o primeiro a concordar com a ideia. Por mais maluca que ela possa parecer para quem estava de fora, me parecia a explicação perfeita para um grupo de seis pessoas chegar e sair do Irã no meio da revolução. Outras possibilidades eram fingir que estávamos procurando trabalho no mercado petroleiro ou que éramos especialistas em agricultura. Eu não me sentia familiarizado com os assuntos dessas áreas, e não saberia responder caso fosse questionado sobre detalhes. Por outro lado, poderia construir boas respostas sobre a produção de um filme de Hollywood, fingindo ser o coordenador de transportes do grupo. Cora seria a autora dos scripts, sendo que ela tem mestrado em inglês na vida real. Os personagens fictícios batiam com as pessoas reais. Tudo fazia sentido. Os passaportes canadenses também nos deram mais confiança de que podíamos fazer isso. Você pode se perguntar como não nos dávamos conta pelos jornais de que nossas chances de sermos resgatados com sucesso não eram boas e de que seria louco de tentar, mas eu realmente acreditei desde o início que daria certo.

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De fato, a operação foi um sucesso completo? Sim. Algo que poderia ter dado errado era a entrega do formulário que é preenchido quando se entra no país. Mas a CIA já havia identificado que a imigração não estava sendo muito cuidadosa na conferência desses papeis. Então, estávamos confiantes de que não haveria problemas. Quando Cora e eu passamos pela imigração, por exemplo, não havia ninguém para conferir esses papéis. Tivemos que ir atrás de um funcionário, pois ficamos com medo de ter algum problema depois por causa disso. Eram 5 horas da manhã, o funcionário estava muito sonolento e mal olhou para os formulários ou mesmo para nós. Não nos fizeram uma só pergunta, apenas aquela comum em qualquer aeroporto: se carregávamos armas ou explosivos. Outra preocupação era que algum de nós fosse reconhecido, pois três trabalhavam com entrevistas de visto e eram rostos conhecidos de milhares de iranianos. Mas isso também não ocorreu. Houve um único momento de apreensão, depois de passar pela segurança, quando esperávamos pelo ônibus que nos levaria até o avião. Fomos avisados de que o voo poderia atrasar até 3 horas, por problemas mecânicos. Mas, no fim, conseguiram consertar o problema em 30 minutos, e decolamos tranquilamente. Obviamente, a parte em que os revolucionários iranianos correm atrás do avião no filme não é real.

Apesar das críticas, o senhor ficou feliz com a vitória de Argo no Oscar? Sim. Traz um sentimento muito especial pensar que parte de sua vida foi transformada em um filme ganhador do Oscar. Foi minha maior aventura, e tudo mudou depois disso. Minha mulher, que não queria ter filhos quando casamos, mudou de ideia depois da nossa experiência confinados na embaixada canadense. Segundo ela, todos nós nos tornamos uma família unida ali. Hoje, temos dois filhos. Além disso, sei de pelo menos dois documentários sendo gravados sobre nossa história. Graças a Argo, muitas pessoas tiveram acesso a uma parte da história que por tanto tempo ficou esquecida.

'Argo', de Ben Affleck, leva o Oscar de Melhor Filme durante a cerimônia de entrega dos Oscar, no Teatro Dolby, em Los Angeles
‘Argo’, de Ben Affleck, leva o Oscar de Melhor Filme durante a cerimônia de entrega dos Oscar, no Teatro Dolby, em Los Angeles (VEJA)
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