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‘Pensei que todos íamos morrer’, diz professora que salvou alunos em Newtown

Kaitlin Roig escondeu a turma dentro de um banheiro e pediu que todos ficassem em silêncio até que os tiros terminassem

Por Da Redação
15 dez 2012, 17h56

Kaitlin Roig, professora do ensino fundamental da escola Sandy Hook, conseguiu esconder os seus 15 alunos em um banheiro durante o massacre na sexta-feira, em Newtown, nos Estados Unidos. “Pensei que todos íamos morrer”, afirmou. Tentando conter o choro, Kaitlin relatou à emissora ABC a estressante odisseia pela qual passou para salvar a turma do atirador, que matou 20 crianças e seis adultos na escola antes de cometer suicídio.

“Disse a eles: ‘saibam que amo muito vocês’. Pensei que seria a última frase que ouviriam. Achei que todos íamos morrer”, contou Kaitlin. Os 15 alunos e a professora se esconderam em um banheiro escuro, enquanto do lado de fora se ouviam os tiros.

A turma estava aterrorizada e a professora decidiu começar um jogo para distraí-los, apesar do temor de saber que tanto ela quanto as crianças, com idades entre 6 e 7 anos, podiam ser as próximas vítimas. Com a voz embargada pelo choro, Kaitlin contou a angústia daqueles momentos.

Quando ouviu os disparos, ela reuniu as crianças – sua classe tinha uma grande janela – e as escondeu no banheiro. Através da porta, empurrou uma estante e trancou o recinto por dentro. “Silêncio”, disse às crianças. “Pedi a elas que ficassem caladas. Absolutamente caladas”, lembrou a professora.

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Nesse silêncio, ela e os alunos ouviram os estampidos nos corredores, a pouca distância de seu improvisado esconderijo. “Disse a eles que havia meninos maus do lado de fora e que tínhamos que esperar pelos meninos bons”, contou. Alguns começaram a chorar e outros a perguntar pelos pais, dizendo que queriam voltar para casa. Um deles pediu aos demais que não se preocupassem porque sabia caratê e os ajudaria a sair dali sãos e salvos, contou a professora.

Kaitlin tentou acalmá-los, dizendo: “Tudo vai sair bem. Mostrem-me seus sorrisos”. “Dizia a mim mesma, ‘somos os próximos'”, lembrou a professora. No entanto, os disparos cessaram, a polícia bateu à porta e disse que saíssem, pondo fim ao pesadelo.

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Atirador – O ataque que chocou a pacata cidade de 27.000 habitantes aconteceu na manhã de sexta-feira. Armado com duas pistolas e um rifle semiautomático, um homem abriu fogo na escola primária de Sandy Hook, matando vinte crianças e seis adultos, em um dos piores massacres da história dos Estados Unidos.

A polícia ainda não divulgou o nome do atirador, mas a imprensa americana, citando fontes ligadas à investigação, identificou o suspeito como Adam Lanza, de 20 anos. Mais cedo, emissoras haviam informado equivocadamente que Ryan Lanza, irmão mais velho de Adam, seria o responsável pelo ataque. A confusão teria se dado pelo fato de Adam estar com os documentos do irmão no momento do crime. Na noite de sexta, Ryan prestou depoimento para a polícia.

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Entre as crianças vítimas do ataque, 18 morreram no local e duas, depois de serem levadas ao hospital. Todas tinham idade entre 5 e 10 anos. Os corpos dos seis adultos também foram encontrados na escola, além do corpo do próprio atirador, que cometeu suicídio após o massacre. A diretora da escola, Dawn Hochsprung, está entre as vítimas.

Fontes policiais ouvidas pela imprensa americana indicam que, antes de dirigir até o local do crime, Adam Lanza assassinou a própria mãe na casa onde ela morava. Identificada como Nancy Lanza, a mãe do suspeito trabalhava como professora na escola e era a dona das armas usadas pelo atirador no massacre – todas compradas legalmente.

“O caso ainda está sendo investigado, a cena de crime não é simples. Há muito trabalho pela frente para que possamos passar informações de forma precisa. Vamos passar a noite inteira fazendo isso”, disse Paul Vance, porta-voz da polícia de Connecticut.

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Escola primária em Newtown, Connecticut
Escola primária em Newtown, Connecticut (VEJA)

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(Com AFP e EFE)

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