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Para o Irã, caso de Sakineh ‘não é uma questão de direitos humanos’

Por Da Redação
7 set 2010, 09h12

“Se libertar aquele que cometeu um assassinato agora é percebido como uma questão de direitos humanos, então todos os países europeus deveriam libertar os assassinos presos”, afirmou o chanceler iraniano

O governo do Irã advertiu nesta terça-feira a comunidade internacional, em especial os países europeus, para que deixem de interferir no caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani, que ainda aguarda sua sentença no corredor da morte. Para o regime dos aiatolás, o caso de Sakineh – condenada à morte por apedrejamento ou enforcamento sob a acusação de adultério e assassinato – “não é uma questão de direitos humanos”.

A iraniana que chamou a atenção de todo o mundo é mãe de dois filhos e havia sido condenada à morte por adultério, por manter relações consideradas ilícitas com dois homens após ficar viúva. Em 2006, ela levou 99 chibatadas por esse “crime”. Neste mesmo ano, um dos amantes foi condenado pelo homicídio do marido dela. O caso foi, então, reaberto e ela foi sentenciada à morte por apedrejamento. Para evitar críticas internacionais, o Irã mudou a condenação de Sakineh de adultério para assassinato. Logo depois, decidiu que ela vai responder, na verdade, pelas duas acusações.

Por essa razão, o Ministério das Relações Exteriores do país islâmico descartou qualquer possibilidade de um encontro com representantes da França e da Itália para discutir o caso. Segundo o ministro Manouchehr Mottaki, esta demanda não faz parte das funções dos chefes das diplomacias italiana e francesa, que, acrescentou, não receberam informações corretas sobre o caso de Ashtiani.

O chanceler francês Bernard Kouchner já chegou a afirmar que a França não iria poupar “nenhum esforço” para salvar a iraniana. No dia 31 de agosto, o governo italiano pediu ao Irã “um ato de clemência” e em vários edifícios institucionais da Itália foi pendurada uma foto de Sakineh.

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“Se libertar aquele que cometeu um assassinato agora é percebido como uma questão de direitos humanos, então todos os países europeus deveriam libertar os assassinos presos”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast. “Sakineh Mohammadi cometeu dois delitos, um é colaborar no assassinato de seu marido e outro tê-lo traído ao manter relações extramatrimoniais com outros homens”, completou.

O homem que assassinou seu marido – e cujo nome não foi revelado – está livre da pena de morte porque o filho da iraniana o perdoou. No último sábado, o filho de Sakineh, Sajad, afirmou que a mãe também foi condenada a receber 99 chicotadas por ter “propagado a corrupção e a indecência”, depois que teve uma fotografia publicada em um jornal britânico. O jornal britânico Times publicou na edição de 28 agosto a fotografia de uma mulher sem véu que apresentou como Sakineh.

A foto era, na realidade, a de uma ativista política iraniana que mora na Suécia, segundo a jornalista. Na edição de sexta-feira, o Times pediu desculpas aos leitores e explicou que a imagem havia sido entregue por Mohamad Mostafaei, segundo advogado de Sakineh, que disse ter obtido a imagem do filho dela.

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