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Papa Francisco condena escândalos: ‘Vergonha da Igreja’

Em homilia, pontífice diz que escândalos ocorrem por não haver ‘relação viva com Deus’. Na ONU, Santa Sé presta esclarecimentos sobre casos de abuso

Por Da Redação
16 jan 2014, 16h30

No dia em que o Vaticano é confrontado pela ONU sobre os casos de abuso sexual de crianças por clérigos católicos, o papa Francisco falou sobre os problemas que a Igreja enfrenta. Em homilia na Casa Santa Marta, o pontífice afirmou que os sacerdotes responsáveis por escândalos são a vergonha da Igreja.

“Os escândalos na Igreja ocorrem porque não há uma relação viva com Deus e com a sua palavra”, ressaltou. “Sacerdotes corrompidos, em vez de dar o pão da vida, dão um alimento envenenado ao santo povo de Deus”.

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Sem mencionar expressamente os casos de pedofilia, o pontífice fez referência às indenizações pagas e acrescentou que bispos, padres e leigos eram responsáveis por essa “vergonha da Igreja”. “Mas nos envergonhamos? Tantos escândalos que eu não quero mencionar cada um, mas que todos nós conhecemos e sabemos onde estão. Escândalos, alguns, que fizeram pagar tanto dinheiro. Está bem. Deve-se fazer assim… A vergonha da Igreja. Mas nos envergonhamos daqueles escândalos, daquelas derrotas de padres, de bispos, de leigos?”, questionou.

“Não tinham um elo com Deus. Tinham uma posição na Igreja, um lugar de poder, inclusive de comodidade. Mas a palavra de Deus, não”, completou Francisco.

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ONU – Também nesta quinta, representantes do Vaticano prestaram esclarecimentos a especialistas em proteção infantil da ONU sobre a forma como as autoridades da Igreja Católica lidaram com décadas de abuso sexual de menores por padres. Esta é a primeira vez que a Santa Sé é cobrada desde a assinatura do tratado sobre direito das crianças, em 1990.

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Os representantes do Vaticano afirmaram que a Igreja reconhecia o problema e havia estabelecido regras claras para proteger as crianças de abuso. No entanto, integrantes do Comitê das Nações Unidas sobre Direitos da Criança presentes na sessão em Genebra exigiram mais transparência da Igreja.

“A visão do comitê é que a melhor maneira de prevenir abusos é revelar os antigos, é abertura em vez de varrer as ofensas para debaixo do tapete”, disse Kirsten Sandberg, presidente do comitê.

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O arcebispo Silvano Tomasi, líder da delegação do Vaticano, afirmou na sua fala de abertura que a Igreja havia estabelecido procedimentos claros para “ajudar a eliminar o abuso e colaborar com as autoridades na luta contra esse crime”. (Continue lendo o texto)

O arcebispo Charles Scicluna, antes a principal autoridade do Vaticano para os casos de abuso, rejeita as acusações de acobertamento. “Não é a política da Santa Sé estimular acobertamentos. Somente a verdade vai nos levar a uma situação onde poderemos começar a ser exemplo de uma prática melhor”.

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Histórico – O escândalo de padres pedófilos começou a vir à tona no papado de João Paulo II, em 2002, nos Estados Unidos. Um dos primeiros acusados foi o padre John Geoghan, da Arquidiocese de Boston. Preso pelo abuso de um menino, foi assassinado na cadeia um ano depois. Nos últimos quinze anos, a Igreja Católica nos Estados Unidos pagou 3,3 bilhões de dólares em indenizações (em média, 1 milhão por vítima) e foi forçada a divulgar milhares de documentos internos, expondo-se a um escrutínio público que a Igreja jamais enfrentou em qualquer outro país.

Para ser ter uma ideia, no período de 2001 a 2010, cerca de 3 000 denúncias chegaram ao Vaticano. Em 2010, Bento XVI endureceu as regras contra padres pedófilos. A pedofilia foi alçada à categoria de crimes mais brutais entre os delitos canônicos graves. A punição vai da suspensão temporária à expulsão do sacerdócio. Francisco ratificou a determinação de seu antecessor e, em dezembro, criou uma comissão para analisar o problema com abuso sexual de menores na Igreja, na sua primeira importante medida para lidar com a crise.

(Com agência Reuters)

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