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Papa está abalado com seu mordomo, um homem ‘próximo e querido’

Por Alberto Pizzoli
29 Maio 2012, 15h31

Bento XVI está abalado com seu mordomo responsável pelo vazamento de seus documentos confidenciais, que era “alguém próximo e querido”, revelou nesta terça-feira o padre Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, desmentindo que cardeais tenham sido interrogados na investigação.

“O papa é a testemunha de um caso que o afeta. É uma provação para ele. Ele sente a dor, mas também um desejo de entender e de esclarecer, para encontrar a verdade”, indicou o padre jesuíta durante uma entrevista coletiva à imprensa.

Bento XVI “já tinha consciência da necessidade de uma avaliação há algum tempo”, pois ele havia instituído uma comissão de investigação sobre diversos vazamentos desde janeiro, acrescentou.

“Ele sente uma dor específica relacionada a alguém, Paolo Gabriele, que era próximo a ele, conhecido, querido e respeitado” por ele, acrescentou. Gabriele trabalhava desde 2006 em aposentos do Papa.

O padre Lombardi desmentiu várias informações que circulam na imprensa italiana indicando que cinco cardeais tinham sido interrogados e que envelopes contendo os endereços de destinatários tinham sido apreendidos na casa do suspeito. Ele assegurou que nenhuma outra pessoa tinha sido interrogada na semana passada.

Esses elementos “não têm fundamento. Convém ser prudente”, disse, no momento em que especulações se multiplicam sobre os autores de um vazamento organizado de documentos que poderia ter como objetivo forçar a saída do cardeal secretário de Estado Tarcisio Bertone.

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O escândalo dos vazamentos criou na Santa Sé uma “situação grave”, mas que não é “uma tragédia” nem um confronto entre grupos rivais, como afirma a imprensa italiana, disse.

Para sair dessa polêmica, será preciso seguir “o caminho difícil da verdade para restaurar a confiança”. “É uma provação pesada para o Papa e para a cúria”, disse novamente o padre Lombardi.

É necessário fazer com que o Papa continue a “ser beneficiado da confiança do povo de Deus, que ele merece amplamente”, afirmou.

Aos repórteres “que estão interessados nas responsabilidades”, ele aconselhou “olhar para aqueles afetados pela distribuição e uso dos documentos” secretos.

O padre jesuíta disse ainda que a comissão de cardeais nomeada pelo Papa “não pode ser colocada sob pressão” e que quer trabalhar com “a tranquilidade necessária”.

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O porta-voz não respondeu às revelações dos jornalistas, recusando-se a dizer quem tinha sido interrogado.

O inquérito judicial será concluído até o final desta semana ou início da próxima, afirmou.

Já a investigação da justiça italiana dependerá dos resultados obtidos pelo Vaticano.

Na segunda-feira, Gabriele esteve com sua esposa e com advogados. No domingo, ele assistiu à missa. Ele está sereno e tranquilo. Ele está sob custódia “em uma hospedaria humana”, na única cela da prisão do Vaticano, atrás da Basílica de São Pedro, de acordo com Lombardi.

A prisão foi uma surpresa para todos no Vaticano. Gabriele acompanhou o Papa no papamóvel durante a audiência ontem de manhã e a detenção ocorreu durante a noite.

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