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Opositor Leopoldo López será mesmo processado, decide Justiça

O político, preso há quase quatro meses, pode pegar mais de 10 anos de cadeia por acusações de danos ao patrimônio, formação de quadrilha e incitação ao crime e por causar incêndio. Ele responderá à Justiça na prisão

Por Da Redação
5 jun 2014, 07h52

Uma juíza de Caracas determinou na madrugada desta quinta-feira que o político opositor Leopoldo López, preso há quase quatro meses, será mesmo processado. López foi acusado por danos ao patrimônio, provocação de incêndio, formação de quadrilha e incitação à prática de um crime. Ele vai responder ao processo atrás das grades. A decisão da juíza Adriana López (nenhum parentesco com Leopoldo López) saiu às 3 horas da madrugada na Venezuela (4h30 de Brasília), depois de uma maratona que começou nesta segunda-feira.

López está preso desde 18 de fevereiro, após ter se entregado por vontade própria, afirmando que não temia a Justiça, pois não era culpado de nada de que lhe acusavam. Na ocasião, o opositor foi acusado de planejar os eventos de 12 de fevereiro – data das primeiras grandes manifestações contra o governo de Nicolás Maduro em Caracas. Somadas, as penas pelos delitos que ele será julgado ultrapassam os dez anos de prisão. Mesmo sendo civil, ele foi levado à prisão militar de Cerro Verde, próxima a capital do país, em uma dessas idiossincrasias estapafúrdias só existentes em regimes totalitários.

O opositor participou em uma das duas manifestações contra o governo que ocorreram em Caracas no dia 12 de fevereiro, organizada pelos partidos opositores. A outra foi organizada por estudantes. As duas marchas foram inicialmente pacíficas, mas forças do governo, apoiadas por milícias chavistas, conhecidas como “coletivos”, trataram de reprimir os manifestantes. Três pessoas morreram nesse dia. A repressão foi o estopim para novas manifestações, que acabaram parando o país por semanas, e mais reações violentas por parte do governo. Mesmo sem apresentar provas, o governo logo passou a tratar López como o bode expiatório da violência e a Justiça decretou a prisão do opositor.

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Depois da prisão, ao Ministério Público controlado pelo chavistas anunciou que ele responderia pelas acusações de terrorismo e homicídio, entre outras. Organismos como a Anistia Internacional condenaram a prisão e a natureza das acusações, afirmando que elas consistiam em “uma tentativa politicamente motivada para silenciar a dissidência no país”. As acusações de terrorismo e homicídio foram posteriormente arquivadas, mas López continuou preso e os promotores ainda insistiram que ele respondesse por incêndio intencional, dano a prédios públicos, incitação ao crime e associação para o delito. (Continue lendo o texto)

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Diretor nacional do partido Vontade Popular (VP) e adepto de uma posição opositora mais combativa, López passou a incentivar em janeiro um movimento chamado “A Saída”, que prega mudanças imediatas no atual governo chavista. O movimento contou com o apoio de estudantes de outras figuras da oposição, como a deputada destituída María Corina Machado e do prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, mas não foi respaldado por outros políticos tradicionais que se opõem ao chavismo, como o governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles.

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