Oposição acusa governo sírio de não querer discutir transição política
E o governo acusa a oposição de não querer discutir 'terrorismo'. Mediador da ONU propôs que as discussões dos dois temas sejam feitas separadamente
Por Da Redação
11 fev 2014, 12h26
O regime sírio se nega a discutir sobre o estabelecimento de um órgão de governo transitório, um dos quatro pontos que o mediador das Nações Unidas (ONU) Lakhdar Brahimi propôs abordar nas negociações de paz para Síria, disse nesta terça-feira em Genebra o porta-voz da oposição Louay Safi. “Representantes do governo disseram que não discutem esse tema”, afirmou Safi ao término da rodada de negociações. Os representantes do governo apontam como o problema principal a recusa da oposição em discutir a questão dos “terroristas” – como as forças de Assad se referem aos rebeldes. Para tentar resolver o impasse e avançar nas negociações, o mediador Brahimi propôs às delegações do governo e da oposição discutirem em paralelo os temas que cada uma delas considera prioritário. “Os dois temas são importantes e podemos abordá-los em paralelo”, disse.
Segundo o porta-voz da oposição, durante a sessão desta terça-feira, sua delegação apresentou documentos que provam o envolvimento do regime sírio no massacre de civis, enquanto o governo não apresentou nenhuma evidência em sua defesa. Para a oposição, isto prova que o governo sírio participa destas negociações “sem intenção de chegar a uma solução política, mas de manter uma pessoa no poder”. A primeira rodada de negociações de paz foi encerrada no final de janeiro, com indícios de que os dois lados ainda estão longe de alcançar algum acordo. Em quase três anos de duração, os conflitos na Síria entre as forças de Assad e os rebeldes opositores já mataram mais de 130.000 pessoas e provocaram o êxodo de mais de 2,4 milhões de refugiados. (Continue lendo o texto)
Homs – As forças governamentais sírias prenderam para um interrogatório 338 homens que saíram da parte antiga de Homs durante a operação de evacuação de civis, e destes 41 já foram libertados, informou nesta terça-feira a ONU. Os detidos foram transferidos para uma escola utilizada como refúgio temporário, disse em Genebra a porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Melissa Fleming. O organismo está supervisionando a situação destes homens, que saíram da zona de Homs graças a uma trégua humanitária estipulada na sexta-feira passada, inicialmente para três dias, e que foi estendida nesta segunda-feira por mais três dias.
O acordo humanitário só era válido para mulheres, idosos e crianças, e todos os homens acima de 15 anos e abaixo de 55 estavam excluídos das garantias oferecidas pelo governo sírio. Segundo Fleming, há uma equipe de proteção da Acnur e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na escola onde os homens estão detidos. “Sabemos de cada pessoa que está ali e podemos falar com eles de forma individual”, assinalou a porta-voz.
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Britânico terrorista – O governo britânico está investigando relatos de que um jihadista de origem inglesa se explodiu na Síria na semana passada, informa a BBC. Se confirmado, seria o primeiro caso de um terrorista suicida britânico desde que o homem-bomba Asif Mohammed Hanif, nascido em Londres, se explodiu em um atentado em Gaza, em 2003. Segundo a investigação britânica, Abu Suleiman al-Britani pertencia a um grupo ligado a Al Qaeda e foi o motorista de um caminhão cheio de explosivos que se detonou chocando-se contra o muro de uma prisão em Aleppo, na quinta-feira. Abu Suleiman al-Britani teria nascido em Sussex, na Inglaterra.
(Com agências Reuters e EFE)
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