O surreal encontro entre Dennis Rodman e Kim Jong-un

Em uma cena surreal nesta quinta-feira, o ex-astro da NBA Dennis Rodman, conhecido pela eficiência nos rebotes e pela excentricidade nos cortes de cabelo, assistiu a uma apresentação de basquete na Coreia do Norte ao lado de Kim Jong-un, governante do país e responsável por uma das ditaduras mais fechadas do mundo.

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Rodman e três membros dos Harlem Globetrotters – a lendária equipe americana de basquete que promove jogos-exibição pelo mundo todo – chegaram à Coreia do Norte na última terça-feira com o objetivo de “divertir e inspirar” o povo norte-coreano. O grupo é acompanhado por uma equipe de televisão que filmará um documentário sobre a turnê e foi a maior responsável pela organização da viagem.

Apesar da visita de Rodman e dos Globetrotters ter sido autorizada pelo governo de Pyongyang, a presença de Kim no jogo-exibição não era garantida. Porém, provavelmente impulsionado por sua admiração pela NBA, o ditador não só compareceu ao evento, como também trocou cochichos e gargalhadas com o ex-jogador do Chicago Bulls.

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‘Amigo’ – Ao final da partida, que também contou com a presença de jogadores norte-coreanos e convenientemente terminou em um empate por 110 a 110, Rodman rasgou elogios ao seu novo “amigo”. “Embora as relações entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte sejam lamentáveis, eu, pessoalmente, sou um amigo do marechal Kim Jong-un e do povo norte-coreano”, disse ele, citado pela agência chinesa Xinhua. Provando que as restrições do regime contra o “inimigo jurado do povo norte-coreano” — os Estados Unidos — não se estendem à esfera esportiva, Kim ainda convidou Rodman e a equipe para um jantar em seu palácio.

A bizarra “missão diplomática” de Rodman acontece em um dos momentos mais tensos da já complicada relação entre Washington e Pyongyang, quando, depois de reiteradas ameaças, o regime norte-coreano conduziu um teste nuclear no início de fevereiro, atraindo críticas e sanções de toda a comunidade internacional.

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Criticado na internet pelos elogios a um regime com um longo histórico de desrespeito aos direitos humanos, Rodman se defendeu no Twitter: “Não sou um político. Kim Jong-un e o povo da Coreia do Norte são fãs de basquete. Eu amo todo mundo. Ponto final”.