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NSA espionou grupos defensores dos direitos humanos

O ex-analista Edward Snowden mostrou evidências de que os as comunicações privadas da Anistia Internacional e do Human Rights Watch foram monitoradas

Por Da Redação
8 abr 2014, 15h38

A Agência de Segurança Nacional (NSA, em inglês) dos Estados Unidos espionou deliberadamente as comunicações privadas de grupos defensores dos direitos humanos, como a Anistia Internacional e o Human Rights Watch (HRW). Evidências foram apresentadas pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden em videoconferência realizada nesta terça-feira com membros do Conselho da Europa, reunidos em Estrasburgo, na França. Ele foi convidado pela organização para falar sobre as infrações à privacidade dos cidadãos europeus cometidas pela agência americana.

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“A NSA apontou como alvos específicos os líderes e funcionários de uma vasta quantidade de ONGs civis, incluindo os grupos que estão sediados no território americano”, disse Snowden, que preferiu não revelar os nomes das organizações espionadas. De acordo com o jornal The Guardian, ele só confirmou a vigilância contra a Anistia e o HRW ao ser questionado diretamente por um dos membros do conselho europeu. “A resposta para essa pergunta é, sem sombra de dúvidas, sim. Com toda certeza”, respondeu o ex-analista ao conselheiro.

Snowden também comentou sobre as violações às liberdades civis que a NSA cometeu ao utilizar o programa XKeyscore para espionar cidadãos que não estavam diretamente ligados a nenhum crime ou ato de terrorismo. O aparato em questão permite que os analistas possam obter o conteúdo de e-mails, conversas de bate-papo online e registros do histórico de milhões de internautas em todo o mundo. “Essa tecnologia representa a ameaça mais significante para as liberdades civis nos tempos modernos”, afirmou. O ex- analista disse que ele próprio acessou as comunicações de um indivíduo que não era suspeito de cometer crimes “sem a aprovação judicial ou uma revisão anterior” durante o período em que trabalhou na NSA.

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Para Snowden, o XKeyscore é uma ameaça por formular uma lista de alvos suspeitos com base em “crenças religiosas, afiliações políticas e sexuais, transações feitas em certos negócios e posse de armamento”. Usuários que não protegem as suas comunicações com códigos criptografados e que acidentalmente clicam em um link errado, fazem o download de um arquivo errado ou “simplesmente visitam um fórum sobre sexo” também entram na mira do XKeyscore. O ex-analista disse não acreditar que a NSA possa estar envolvida em práticas desumanas, como compilar uma lista com os nomes de homossexuais, mas alertou que a tecnologia desenvolvida pela agência permite que outros governos autoritários possam adotar esse procedimento.

Por fim, Snowden disse que não tem o interesse de “prejudicar o governo dos Estados Unidos ou danificar laços bilaterais”, mas que tenta denunciar os abusos americanos para que a espionagem praticada pelas potências mundiais volte sua mira apenas para alvos tradicionais, como a “Coreia do Norte, terrorista, hackers, ou qualquer outra coisa nesse sentido”. Segundo o Guardian, o Conselho da Europa disse na segunda-feira que Snowden foi convidado para falar sobre o tema por ter iniciado “um maciço debate público” em torno dos métodos abusivos da NSA e outras agências de vigilância. A organização pontuou que a Casa Branca também foi convidada para apresentar relatórios sobre as práticas do serviço secreto americano, mas se negou a participar do debate.

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