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Novo governo líbio descobriu vala comum com restos de 1700 prisioneiros

Conselho de Transição avança em direção a Sirte, cidade natal de Kadafi

Por Da Redação
25 set 2011, 16h37

O novo governo líbio anunciou, neste domingo, ter descoberto uma vala comum com os restos mortais de 1.700 prisioneiros assassinados pelo regime de Muamar Kadafi durante um massacre ocorrido em 1996. A descoberta ocorreu enquanto centenas de combatentes do Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio entravam em Sirte, cidade natal de Kadafi. Os restos mortais na vala comum encontrada em Trípoli pertencem a prisioneiros executados na prisão de Abu Salim, na capital líbia.

“Descobrimos o lugar onde estavam enterrados esses mártires”, declarou Jalid Sherif, porta-voz do Conselho Militar do CNT, em coletiva de imprensa em Trípoli, acrescentando haver provas de que as mortes foram “atos criminosos” do regime deposto de Muamar Kadafi. Segundo Sherif, um comitê técnico ficou encarregado da identificação dos corpos, mas a operação vai levar ainda algum tempo.

Salim al-Farjani, um dos membros dessa comissão, disse que “atos odiosos foram cometidos contra cadáveres, sobre os quais foi jogado ácido para eliminar qualquer evidência deste massacre”. Segundo Farjani, no local onde estavam os cadáveres de prisioneiros em Abu Salim, havia ossos humanos espalhados. Várias organizações de defesa dos Direitos Humanos denunciaram o assassinato em 1996 de algumas centenas de detentos na prisão de Abu Salim, onde foram encarcerados muitos presos políticos do regime de Muammar Kadafi.

Esse massacre, que ocorreu na repressão a um motim, também é indiretamente responsável pela revolta que eclodiu em meados de fevereiro passado, no leste da Líbia, e se transformou em um conflito armado que levou à queda do velho “Guia”, agora foragido. As primeiras demonstrações em Benghazi, a principal cidade no leste, foram, de fato, realizadas pelas famílias dos presos mortos, que protestaram contra a prisão do advogado que os representava.

Enquanto isso, combatentes do CNT faziam o “V” da vitória com as mãos, ao mesmo tempo em que avançavam em Sirte através de caçambas de picapes e caminhonetes. Durante a ação, gritavam: “Allahu Akbar” (Deus é grande). Ao entrarem em Sirte duas ambulâncias passaram com as sirenes ligadas e outros combatentes do CNT emergiram do reduto de Kadafi, onde disseram ter havido trocas de tiros. “Disparamos contra homens de Kadafi, mas o revide deles não é muito forte”, afirmou o combatente Mar’ee Saleh, acrescentando ter visto aviões de guerra da Otan realizando ataques durante o dia.

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Na periferia oeste da cidade, forças do novo governo mantiveram suas posições, afirmando ter recebido instruções para não lançar um novo ataque a Sirte- para permitir as operações da Otan. No sábado, a Otan explodiu 29 veículos blindados, uma posição de tiro, dois locais de comando e controle e três paióis na área, informou a organização em um relatório operacional.

Um morador de Sirte que conseguiu escapar este domingo de manhã disse que os combates continuaram até cerca das 19h de sábado.”Há mercenários africanos rondando a cidade. Eles disparam contra casas com armas antiaéreas no distrito 1″, no limite oeste de Sirte, contou, recusando-se a dar seu nome por razões de segurança.

Intensos confrontos também ocorrem em Bani Walid, o único bastião pró-Kadafi remanescente, onde combatentes do CNT são atacados a tiros de dentro da cidade. O comandante do CNT, Omar Mukhtar, disse que seus homens estão “se reagrupando”, mas não atacariam no domingo. “Nós estamos nos preparando”, afirmou.

(Com AFP)

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