Novo dia de repressão na Síria deixa 18 mortos
Ultimato da Liga Árabe sobre missão de observadores expirou nesta sexta
Pelo menos 18 pessoas, entre elas dois menores de idade, morreram por disparos nesta sexta-feira em um novo dia de repressão das manifestações contra o regime sírio, informaram os opositores Comitês de Coordenação Local. De acordo com este grupo, 11 civis morreram na província de Homs, no centro do país, e as outras vítimas morreram nas regiões de Deir ez Zor e Deraa, situadas no leste e sul da Síria, em Damasco e em áreas rurais da periferia.
Entenda o caso
- • Na onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março para protestar contra o regime de Bashar Assad, no poder há 11 anos.
- • Desde então, os rebeldes sofrem violenta repressão pelas forças de segurança do ditador, que já mataram mais de 3.500 pessoas no país, de acordo com a ONU, que vai investigar denúncias de crimes contra a humanidade no país.
- • Tentando escapar dos confrontos, milhares de sírios cruzaram a fronteira e foram buscar refúgio na vizinha Turquia.
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Além disso, cinco pessoas ficaram feridas por disparos das forças da ordem em Deraa, onde as mesquitas foram cercadas por policiais e atiradores que causaram um número indeterminado de feridos. Também em Deraa e em vários bairros da capital aconteceu a mesma situação na saída dos templos com o objetivo de impedir que as pessoas fizessem um protesto contra o regime após a oração.
Nos arredores de Damasco, uma localidade se encontra dividida por barreiras de segurança e há a presença de franco-atiradores nos terraços dos edifícios, de acordo com os Comitês.Os opositores sírios continuam se manifestando contra o presidente Bashar Assad em lugares como a cidade de Hama (centro) e a localidade de Dumair (oeste), onde se escutaram várias explosões próximo a mesquitas que foram acompanhadas por rajadas de disparos.
Liga Árabe – As novas vítimas da repressão na Síria coincidem com a data limite do ultimato da Liga Árabe para que Damasco aceite uma missão de observadores que certifique a aplicação da iniciativa deste organismo para resolver a crise síria.
Um porta-voz dos Comitês, Rafif Yuejati, disse que espera a adoção de medidas contra o regime sírio pela Liga Árabe. “Desde o início, nunca pensamos que a Síria fosse aceitar a missão de observadores árabes, por isso que estamos esperando que a organização aplique as sanções”, afirmou.
A Síria enfrenta agora possíveis sanções econômicas que serão debatidas nos dois próximos dias pela Liga Árabe, entre as quais está o fim dos voos para a Síria, medidas contra transações ao Banco Central Sírio e relações financeiras com o país.
(Com agência EFE)