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Netanyahu forma com Kadima maior Governo de unidade da história de Israel

Por Da Redação
8 Maio 2012, 10h40

Antonio Pita.

Jerusalém, 8 mai (EFE).- O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, honrou sua fama de habilidoso político nesta terça-feira ao anunciar um inesperado acordo para a formação do maior Governo de unidade da história do país, com a entrada do principal partido da oposição, Kadima.

A decisão envolve o cancelamento das eleições antecipadas de 4 de setembro, e acontece um dia depois de o Executivo propor formalmente o pleito e o Parlamento começar a debater a convocação.

‘Quando vi que a estabilidade foi desgastada, estava disposto às eleições, mas quando percebi claramente que poderia formar um Governo muito amplo, o mais amplo da história, entendi que podia conservar a estabilidade sem eleições’, justificou Netanyahu em entrevista coletiva conjunta com o líder do Kadima, Shaul Mofaz, na sede do Parlamento.

De acordo com os termos do acordo, o Kadima, partido mais votado nas eleições de 2009 com 28 cadeiras (então pelas mãos de Tzipi Livni), mas que não formou Governo, entra na coalizão direitista que rege o país e se compromete a apoiar suas políticas.

Assim, se não acontecerem rupturas até as próximas eleições, previstas para outubro de 2013, o país estará nas mãos de uma coalizão de 94 dos 120 membros da Knesset formada por Likud (direita), Kadima (centro-direita), Yisrael Beiteinu (ultranacionalista), Shas (ultra-ortodoxos sefarditas) e outros partidos menores religiosos e de extrema direita, assim como Atzmaut, a formação de Ehud Barak.

Shaul Mofaz, líder do partido desde que ganhou de Livni nas primárias em março, será nomeado vice-primeiro-ministro, ministro sem pasta e membro do gabinete de segurança.

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Antes das primárias do Kadima, ele tinha afirmado em entrevista que não entraria no Executivo de Netanyahu se fosse vencedor, algo que justificou nesta terça-feira dizendo que ‘mudaram as condições’.

O líder do Kadima insistiu perante a imprensa que não lhe interessa posto algum e inclusive rejeitou uma oferta de Netanyahu, mas quer somente ‘aproveitar a oportunidade histórica’ de discutir quatro ‘temas chave’ em um momento em que o país atravessa uma ‘encruzilhada existencial’.

Os dois primeiros temas são a substituição (obrigada pelo Supremo) por um texto ‘justo e equilibrado’ da lei que dispensa os judeus ultra-ortodoxos do serviço militar, obrigatório para o restante de judeus israelenses, e a ‘reforma do sistema de Governo’, disse Netanyahu.

Os dois outros assuntos são a questão orçamentária e sócio-econômica e ‘tentar fazer avançar um processo de paz responsável que preserve a segurança de Israel’, acrescentou.

A entrada no Executivo representa, segundo sua opinião, a correção de um erro histórico cometido pela antecessora Livni, que rejeitou integrar a coalizão sem um compromisso claro de apostar pelo diálogo com os palestinos.

A entrevista coletiva foi interrompida por Nitzan Horowitz, deputado do partido de esquerda Meretz, que gritou: ‘burlaram a Knesset, transformaram esta casa em um circo, não têm vergonha, cruzaram a linha da vergonha!’.

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Mofaz será o único membro do Kadima a obter um ministério, apesar de outros deputados do partido criado por Ariel Sharon em 2005 terem ficado à frente dos comitês parlamentares de Relações Exteriores, Defesa e Economia, entre outros.

O acordo já foi objeto de críticas pelos partidos que ficam de fora da coalizão, enquanto a Presidência palestina convidou o novo Executivo a aproveitar a oportunidade e apostar ‘pela paz e não pela guerra’.

A líder do Partido Trabalhista, Shely Yajimovich, que se transforma em nova chefe da oposição, classificou o acordo como uma ‘aliança de covardes e o ziguezague mais ridículo da história política de Israel’.

O Kadima tinha perspectivas de sofrer uma queda nas eleições antecipadas (passando de 28 a 13 ou 11 deputados), enquanto o Trabalhismo teria subido de 13 a 17 ou 18 cadeiras e Atzmaut ficaria fora do Parlamento, segundo enquetes recentes.

Para esta tarde, foram convocadas através das redes sociais manifestações em Jerusalém e Tel Aviv em ‘defesa da oposição’. EFE

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