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‘Não pudemos salvar vida de brasileiros’, diz chefe de polícia

Diplomatas e policiais do Brasil foram enviados à cidade onde Rafael Max Díaz e Jefferson Castro foram linchados e queimados vivos - mesmo sob a custódia do governo boliviano

Por Da Redação
15 ago 2012, 16h32

Após a morte de dois brasileiros na fronteira da Bolívia com o Brasil, queimados vivos por uma multidão na terça-feira, agentes da Polícia Federal e diplomatas brasileiros foram enviados à cidade de San Matías para se informar do caso. Os brasileiros mortos seriam Rafael Max Díaz e Jefferson Castro, que estavam presos em uma delegacia local por serem acusados de ter assassinado três bolivianos.

O incidente provoca um desconforto diplomático entre os países, já que as vítimas do linchamento, mesmo que fossem suspeitas de assassinato, estavam sob a custódia do estado boliviano. De acordo com Lily Cortez, comandante do Departamento de Polícia da Bolívia, os dez policiais que estavam no local no momento do ocorrido se assustaram ao se ver superados em número pela multidão ávida por vingança.

Segundo Lily, logo que os brasileiros acusados de assassinato foram levados às suas respectivas celas na penitenciária local, a multidão pediu que a polícia os entregasse. “Os policiais lhes comunicaram que nossa obrigação é defender a vida e que logo a Justiça analisaria o caso. Procuramos o Comandante do Exército para obter ajuda, mas não foi suficiente”, explicou ela ao jornal boliviano El Diario.

Lily contou que a multidão usou bombas molotov para obrigar os funcionários a se esconder, depois de estes tentarem dispersar os manifestantes com gás lacrimogêneo. “Então, a multidão invadiu as celas, bateu nos brasileiros e depois os levou para a rua, onde foram queimados sem que ninguém pudesse impedir. Uma comissão viajará a San Matías para recolher evidências e declarações das pessoas hospitalizadas”, completou.

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Os policiais federais deixaram, no início do dia, o consulado brasileiro em Santa Cruz de la Sierra para se dirigir a San Matías, a 800 quilômetros de distância. Junto com eles foi um funcionário do Itamaraty, Ministério das Relações Exteriores brasileiro, segundo a rede BBC. Uma vez confirmada oficialmente a identidade dos brasileiros, o passo seguinte será o de contatar as famílias e cuidar da repatriação dos corpos.

Vingança – Depois de ser divulgada a notícia da captura dos suspeitos de praticar o triplo homicídio na segunda-feira, centenas de pessoas saíram às ruas de San Matías para exigir vingança e conseguiram invadir a delegacia. O grupo ocupou o local durante a noite de terça-feira, desalojou os detidos, os encharcou com gasolina e ateou fogo, segundo a rede de televisão boliviana Uno, ao mostrar os corpos queimados.

Pouco antes, o chefe policial de San Matías, Edwin Rojas, declarara que um dos brasileiros detidos era Rafael Max Díaz, de 27 anos, acusado de ser o autor do assassinato dos bolivianos, e o outro era Jefferson Castro de Lima, de 22, seu cúmplice. Segundo as primeiras investigações, Rafael disparou contra os bolivianos Pablo Parava, Wanderley Costa e Edgar Suárez após uma discussão sobre o preço de duas motocicletas que os brasileiros tentavam vender.

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