Nações europeias já dão regime Kadafi como encerrado

“A mensagem que transmiti (ao governo líbio) é de que o regime de Muamar Kadafi está acabado, que sua legitimidade está acabada”

Luís Amado, ministro português

Dois países europeus sinalizaram claramente nesta quinta-feira que não acreditam que o ditador Muamar Kadafi será capaz de manter seu poder na Líbia. A França tornou-se o primeiro país a reconhecer a oposição ao regime de Kadafi como a legítima representante do povo líbio. E Portugal informou que avisou ao próprio Kadafi que considera seu governo acabado. Na sexta, uma reunião extraordinária de chefes de estado e de governo da União Europeia deverá discutir a crise líbia.

Nesse encontro, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, deverá propor um “plano global” para lidar com a situação. Nesta quinta, porém, o governo já avisou que reconhece o Conselho Nacional de Transição, que reúne a oposição ao regime de Kadafi, como único representante da Líbia. Sarkozy fez essa afirmação num encontro com um representante do Conselho, em Paris. Os franceses já pretendem enviar um embaixador para a cidade de Bengasi, controlada pelos rebeldes.

“Com base nesse reconhecimento oficial, vamos abrir uma representação diplomática, nossa embaixada em Paris, e um embaixador da França será enviado a Bengasi”, disse Ali Issawi, emissário do Conselho, depois do encontro no Palácio do Eliseu. Também nesta quinta, em Bruxelas, o chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, indicou que o governo de Lisboa está muito próximo de seguir os passos dos franceses, ignorando oficialmente o poder da ditadura de Kadafi.

Na véspera, Amado se reuniu com um representante de Kadafi. Transmitiu ao enviado líbio um recado inequívoco de que, para a Europa, o ditador já perdeu. “A mensagem que transmiti é de que o regime de Muamar Kadafi está acabado, que sua legitimidade está acabada”, contou o ministro. Assim como o presidente francês, o ministro português também recebeu representantes da oposição líbia. Portugal ocupa desde terça a presidência do Comitê de Sanções à Líbia na UE.

(Com agência France-Presse)