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Moscou e Kiev entram em acordo sobre entrada de comboio humanitário russo na Ucrânia

O próximo passo é a aprovação, por parte de Kiev, da entrada dos caminhões com ajuda humanitária

Por Da Redação
16 ago 2014, 22h28

Rússia e Ucrânia concordaram neste sábado sobre o procedimento a ser adotado pelo comboio humanitário russo para atravessar a fronteira com a Ucrânia, embora as garantias de segurança ainda sejam insuficientes, afirmou um representante da Cruz Vermelha. O próximo passo é a aprovação, por parte de Kiev, da entrada dos caminhões com ajuda humanitária. Os veículos serão inspecionados e, depois, a Cruz Vermelha deve distribuir seu conteúdo aos civis do leste da Ucrânia. Há quatro meses, as forças ucranianas enfrentam separatistas pró-russos nessa região.

“Os dois governos concordaram sobre como proceder para a inspeção da carga e para preparar o comboio”, declarou à imprensa Pascal Cuttat, chefe da delegação regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha que cobre Rússia, Bielorrússia, Moldávia e Ucrânia. “Nesse ponto, o elemento principal que falta são as garantias de segurança”, frisou Cuttat.

As autoridades ucranianas disseram que a segurança do comboio, que deve passar sem escolta militar por zonas de conflito, é responsabilidade de Moscou. “Esperamos agora o sinal verde para a entrada das mercadorias, o qual deve vir de Kiev. Uma vez que esse sinal verde tenha sido obtido, poderemos começar o procedimento de controle”, explicou o representante da Cruz Vermelha.

Cerca de 300 caminhões russos com 1.800 toneladas de ajuda humanitária – segundo Moscou – continuavam neste sábado estacionados a 30 quilômetros da passagem fronteiriça, na localidade russa de Kamensk-Shakhtinski. A Cruz Vermelha ficará responsável pelo comboio na Ucrânia e exigia um acordo entre ambos os lados antes de inspecionar a carga. Depois do acordo, a inspeção será realizada no posto fronteiriço de Donetsk, localidade ucraniana homônima de um dos bastiões pró-russos na Ucrânia, completou Cuttat, informando ainda que a delegação recebeu “uma lista global” sobre o conteúdo dos caminhões.

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Encontro em Berlim – Os países ocidentais continuam tentando apaziguar a tensão no leste da Ucrânia, com o retorno das negociações diplomáticas entre Kiev e Moscou. Neste domingo, os ministros das Relações Exteriores russo e ucraniano vão se reunir com seus colegas francês e alemão, em Berlim. Em uma conversa por telefone com a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, manifestou seu desejo de participar da próxima reunião do Conselho Europeu, em 30 de agosto, para “informar os dirigentes da União Europeia sobre a situação na Ucrânia”, segundo um comunicado divulgado pela presidência.

A tensão aumentou na sexta-feira quando Kiev disse ter destruído parte de uma coluna de blindados russos em seu território, o que provocou uma onda de indignação nos países ocidentais. A Rússia negou ter enviado tropas para a Ucrânia. Neste sábado, o presidente francês, François Hollande, reiterou seu apelo à Rússia para que se comprometa “a respeitar a integridade territorial da Ucrânia”.

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Em um vídeo divulgado na sexta-feira, o líder dos separatistas pró-Moscou em Donetsk, Alexandre Zakharchenko, declarou ter recebido “150 equipamentos militares, entre eles, 30 tanques e outros blindados, e cerca de 1.200 homens” treinados durante quatro meses no território russo.

Exército retoma cidade – Neste sábado, o Exército ucraniano tomou dos separatistas a cidade de Khdanivka, 45 quilômetros ao noroeste de Donetsk, e bombardeou o leste desse município e da localidade vizinha de Makiivka. Os disparos de artilharia e as explosões registradas durante toda a noite mataram quatro civis, relataram as autoridades locais.

Em Lugansk, outro bastião rebelde cercado pelo Exército ucraniano, a organização Human Rights Watch (HRW) evocou uma situação humanitária “muito difícil”. Essa cidade se encontra há semanas sem água, energia elétrica, ou rede telefônica. A HRW também denunciou o uso de armas pesadas por parte de ambos os lados em áreas habitadas, o que provocou a morte de dezenas de civis nos últimos dias. Estados Unidos e França pediram “moderação” a Kiev para limitar o número de vítimas civis em sua ofensiva contra os separatistas pró-russos do leste do país. Em quatro meses, mais de 2.000 pessoas morreram.

(Com Agência France-Presse)

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