Morre Jaime Lusinchi, ex-presidente da Venezuela
Ex-governante, que comandou o país entre 1983 e 1989, tinha 89 anos
O ex-presidente da Venezuela Jaime Lusinchi, que governou o país entre 1984 e 1989, morreu nesta quarta-feira, aos 89 anos, em Caracas. Membros de seu partido político, o Ação Democrática (AD), informaram que Lusinchi estava internado há vários dias devido a um problema pulmonar. Horas antes do anúncio da morte, o filho do ex-governante havia declarado que o estado de saúde de Lusinchi era grave. “A evolução não é positiva, é preciso se preparar para o pior”, afirmou Álvaro Lusinchi.
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Médico pediatra, Lusinchi foi deputado e senador antes de chegar à Presidência em 1983 pelo partido de centro-esquerda AD. Venceu o influente Rafael Caldera, do partido social-cristão, nas eleições ao conquistar 57% dos votos. No governo, colocou em prática políticas de austeridade com o objetivo de estabilizar a economia, mas foi prejudicado pela queda no preço do petróleo. Sua gestão também foi marcada por medidas populistas, tentativas de intimidar a imprensa e por uma nada discreta relação com sua amante (e futura esposa) Blanca Ibáñez. Ao fim do mandato, conseguiu emplacar o sucessor Carlos Andrés Pérez, seu colega de partido.
Corrupção – Acusado de corrupção após sair do governo, Lusinchi se mudou para a Costa Rica quando foi aberto um processo judicial para apurar indícios de tráfico de influência e malversação de recursos públicos em sua gestão. Também era acusado de envolvimento no “massacre de Yumara”, em 1986, quando policiais mataram nove supostos guerrilheiros. As acusações foram consideradas prescritas em 1997, decisão que foi anulada dois anos depois. Lusinchi retornou para a Venezuela em 2009, após uma internação de emergência em Miami para tratar uma úlcera. Com a saúde debilitada, nunca enfrentou as acusações que pesavam contra ele.
(Com agência EFE)