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Morales suspende estrada que provoca protestos indígenas

Por Jorge Bernal
26 set 2011, 23h25

O presidente da Bolívia, Evo Morales, suspendeu o projeto de construção da estrada que cortaria uma reserva ecológica na Amazônia boliviana, até que as partes envolvidas sejam consultadas, informou na noite desta segunda-feira a Casa de Governo.

“Enquanto houver este debate nacional e para que os departamentos decidam, fica suspenso o projeto de estrada sobre o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure”, destacou o presidente.

Morales não revelou quando e como ocorrerá a consulta, mas funcionários do governo avaliam que tal processo exigirá de seis meses a um ano.

“Quero salvar um compromisso diante da história e do povo boliviano, especialmente diante dos departamentos (de Beni e Pando), para que haja um debate nacional, um debate do povo boliviano, que decidirá”.

“Que seja o povo a decidir, especialmente nos dois departamentos, o que o governo nacional já decidiu apenas cumprindo as leis e atendendo aos pedidos”, destacou Morales.

A decisão do presidente ocorre um dia após a violenta repressão da polícia contra indígenas que participavam da marcha em direção a La Paz para protestar contra a estrada.

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A operação policial ocorreu em Yucumo, onde os indígenas foram retirados de suas barracas e, colocados à força em ônibus que seguiram para San Borja.

Morales anunciou uma investigação “para identificar todos os agressores”, porque “o dia de ontem é imperdoável pelo que vimos na televisão”, mas lembrou que os manifestantes agrediram o chanceler David Choquehuanca (no sábado) e que “há policiais feridos”.

O presidente propôs a criação de “uma comissão de alto nível, com organismos internacionais e o defensor do Povo, para que haja uma profunda investigação sobre os fatos de ontem…”.

Nesta segunda-feira, habitantes da localidade de Rurrenabaque libertaram cerca de 300 indígenas detidos na véspera e tomaram o aeroporto local, onde a pista de pouso foi bloqueada para evitar o traslado de manifestantes presos.

Diante do repúdio nacional com a repressão, a ministra da Defesa, Cecilia Chacón, enviou uma carta a Evo Morales informando sua renúncia após a ação “injustificável” da polícia quando “existem outras alternativas”.

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O dirigente indígena Rafael Quispe ficou surpreso com a ação “brutal” da polícia: “não entendemos esta atitude de um governo que se diz indígena e ataca os indígenas”.

A violência policial contra os manifestantes, que não poupou mulheres e crianças, provocou protestos com milhares de pessoas nas cidades de La Paz, Cochabamba e Santa Cruz, além de uma greve cívica na região de Beni.

A estrada em questão é parte da rodovia que unirá os oceanos Pacífico e Atlântico e promoverá o comércio na América do Sul. O projeto é financiado pelo Brasil, com custo total de 415 milhões de dólares.

Brasília reagiu nesta segunda-feira aos incidentes manifestando “sua confiança em que o governo boliviano e os diferentes setores da sociedade continuarão favorecendo o diálogo e a negociação em busca de um entendimento sobre o traçado da estrada”.

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