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Moradores de ilha sul-coreana temem ataque da Coreia do Norte

Pouco mais de 16 quilômetros separam a ilha de Baengnyeong da capital da Coreia do Norte; habitantes já se preparam para a guerra

Por Da Redação
4 abr 2013, 22h43

Os moradores da ilha sul-coreana Baengnyeong temem que os primeiros ataques do ditador Kim Jong-Um recaiam sobre eles. Especialistas dizem que Pyongyang (a capital da Coreia do Norte) não tem capacidade de bombardear o território continental americano, mas a ilha na Coreia do Sul, que está localizada 16,1 quilômetros da costa do vizinho do Norte, no disputado Mar Amarelo, pode se tornar um alvo. Em reportagem da rede britânica BBC, um repórter visitou o local para contar a preparação da população, que vive em estado de guerra contra o país vizinho há mais de 60 anos.

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Baengnyeong é uma fortaleza. Ao redor da porção de terra existem mastros de aço para impedir que barcos norte-coreanos tentem uma invasão. Além disso, possíveis invasores encontrariam muros de concreto com arame farpado com torres de vigia e radares, preparados para emitir alertas em caso de ataque, dando tempo para que os 5.000 residentes e 5.000 fuzileiros navais se escondam nos 26 abrigos antiaéreos construídos nos últimos dois anos.

“Meus filhos me ligam todo dia do continente porque eles estão muito preocupados O que mais posso dizer a eles além de que tudo está bem?”, disse uma mulher de 50 anos para a BBC. “As pessoas dizem que eles não estão preocupados, mas, na verdade, eu estou aterrorizada. A Coreia do Norte já atacou essa área antes. Como nós podemos ficar calmos?”

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Desde o acordo de paz de 1953, o Norte se recusa a reconhecer a fronteira marítima no Mar Amarelo. Nos últimos 14 anos, essas águas têm sido o maior foco de disputas militares entre as duas Coreias, com batalhas mortais realizadas em 1999, 2002 e 2009. Em março de 2010, um míssil atingiu uma embarcação coreana na costa de Baengnyeong, matando 46 pessoas, que tiveram seus rostos moldados em bronze em um memorial.

No mês passado, Kim Jong-un foi fotografado em um bote de madeira, olhando para Baengnyeong através de binóculos. O governo de Pyongyang identificou os equipamentos militares da ilha e passou a considerá-la um alvo potencial. De acordo com a agência oficial norte-coreana KCNA, ele instruiu os comandantes de seu exército a “envolver a ilha em chamas”. “Uma vez que a ordem é emitida, você deve quebrar a coluna de seus inimigos loucos, cortar suas traqueias e lhes mostrar o que é uma guerra de verdade”, disse Kim. Mais recentemente, o site oficial do regime, Uriminzokkiri, alertou sobre um ataque devastador a essa e outras ilhas sul-coreanas que se encontram próximas à costa.

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Alguns moradores se preocupam com o jovem ditador que engrossa a retórica belicista do outro lado do mar. “Ele é muito novo para saber o que está fazendo, para se manter no controle em um país como esse”, disse Park Se-ahn, um pescador de 63 anos.

Para acalmar a população, os soldados são encorajados a sair casualmente e beber em bares, tentando assegurar aos residentes que tudo está normal. “Os militares querem dar aparência de calmaria. Mas, como soldados, nós sabemos que essa é uma situação emergencial”, disse um sargento que não quis se identificar.

Apesar do pedido de calma, as autoridades da ilha pediram aos moradores que estocassem comida e água, e que doassem sangue. Todos ganharam uma máscara de gás para utilizar num possível ataque químico ou biológico. Alguns residentes disseram estar dormindo de roupas para se manter preparados para um assalto noturno.

A tensão na região está arruinando a indústria turística, que é a principal fonte de renda da ilha. Em vez de levar turistas, os botes que transitam entre a ilha e o território continental da Coreia do Sul transportam soldados e suprimentos. “Os turistas se mantêm longe porque eles estão assustados com o que pode acontecer”, disse Kim Byung-deuk, um ex-funcionário público de 66 anos que deixou a ilha apenas uma vez para cumprir o serviço militar. “Nós já escutamos tudo isso antes. Não existe possibilidade de eu deixar a ilha. Até mesmo se eles atacarem existem muitos abrigos aqui”, disse.

Até agora, nenhum morador deixou a ilha. No entanto, alguns dizem que o motivo pela relutância em sair do local é a perda do pagamento mensal de cerca de 50 dólares feito pelo governo em razão da periculosidade de morar no local.

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A vida em Baengnyeong, no entanto, parece seguir normalmente. Em uma das praias é possível ver, em um monumento de pedra, a inscrição “Rumo à unificação”, um sonho permanente entre coreanos de ambos os lados.

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